JORNAL MOTORISTÁXI Nº 22
QUE QUADRO !
O Motorista transitava na rua do Freixo.
Na EX EDP ,onde decorria uma iniciativa local e se podia ver grande aglomerado de pessoas, um agente faz paragem à viatura.
- Senhor motorista, está ali uma senhora estrangeira que precisa de ser transportada para o hotel Sheraton, encontra-se um pouco mal disposta, é possível ?
A senhora estava sentada no passeio, cabeça inclinada, notoriamente embriagada, muito bem vestida e com belíssimo aspecto.
- O senhor não se preocupe, porque não vai ter qualquer tipo de problemas, caso contrário comunique para podermos ajudar a resolver alguma eventualidade
- Está bem senhor agente, eu vou lá levá-la.
Com a ajuda de um polícia, entrou para a parte de trás da viatura e seguiram viagem. A cliente rapidamente se deitou no banco e adormeceu.
Quando chegaram ao hotel, o motorista abanou a senhora e esta acordou. Olhou para um lado e para outro e fez um gesto, como quem diz tenho que pagar.
Mexe de um lado mexe doutro, e percebe-se de que não tem dinheiro, mas que o recepcionista vai pagar.
O senhor Sousa sai do seu lugar e vem dar uma ajuda à cliente abrindo-lhe a porta. Com muita dificuldade ,e após uns longos cinco minutos, lá conseguiu pôr-se de pé.
Ria-se muito, e renovando os pedidos de desculpas, agarrou-se completamente ao motorista e pediu que a levasse à recepção.
E assim foi, entram os dois no hotel agarrados um ao outro, de tal forma era o “quadro” que, e já dentro do átrio, o recepcionista veio a correr para dar uma ajuda aos “dois”.
- Calma amigo, eu sou taxista e venho trazer esta senhora, que não tem dinheiro e precisa de ajuda.
Já no balcão de recepção Ela falou um pouco com o funcionário, deu-lhe a identificação e o mesmo pagou a respectiva corrida.
E depois? Foi de facto uns trabalhos, agarrou-se novamente ao motorista e queria que a levasse aos seus aposentos. Entretanto o funcionário falava com Ela explicando que o mesmo não podia porque estava a trabalhar, que tinha a viatura mal estacionada e que portanto não era possível. Mas… em voz muito alta, para não dizer aos gritos, queria que fosse o motorista. Até que por fim chega um outro funcionário superior do hotel e:
- Prontos , tudo se vai resolver, nós tomamos conta da viatura e o senhor se faz o favor leva a senhora lá acima.
E o senhor Sousa foi levar a senhora ao quarto sem mais problemas.
REJEITAR
Desde o início, tenho tomado posição a favor do sistema GPS. e que mantenho completamente.
Na preparação e na adaptação do sistema, defendi conscientemente o bom trabalho desenvolvido pelos responsáveis, e que mantenho completamente.
Mas não sou pessoa de só abanar a cabeça, tenho de criticar o que em minha modesta opinião, está mal, ou menos bem.
È notório, é visível, que após alguns meses da implantação do sistema, os referidos responsáveis, dão mostras de algumas debilidades e limitações no plano organizativo, dando mesmo a entender a falta de calma e clarividência necessárias para enfrentar a resolução de alguns problemas.
No momento actual do funcionamento do sistema, não é com métodos, que eventualmente possam ser considerados repressivos, que resolvem seja o que for. Antes pelo contrário, só com acções e medidas pedagógicas permanentes, é possível combater as limitações que todos nós temos, uns mais do que outros.
Quando numa situação de responsabilidade, as pessoas têm sempre a tendência para saberem tudo, o que não corresponde à realidade, devemos de auscultar outras ideias e tomar decisões devidamente fundamentadas.
Especificamente ao nosso sector, os responsáveis tem por obrigação de conhecer a realidade que os rodeia, e ter a sensibilidade de promover a pedagogia necessária, para levar a bom termo as respectivas iniciativas.
E agora perguntam o porquê desta introdução e qual o seu objectivo ?
È fácil, temos vindo a constatar por intermédio de vários colegas, de que a central rádio táxis invicta tanto por intermédio dos operadores como também dos seus responsáveis, telefonam (e tem custos) a informar sempre que um motorista rejeite um serviço. Dizendo mesmo que não querem trabalhar. É falso.
Antes deste sistema (por voz) o operador primeiro dizia a morada, precisamente para o motorista saber a que local se destinava a chamada, e assim querer ou não responder.
Aquando da preparação da entrada em vigor do novo sistema (GPS) foi-nos distribuído um questionário, que perguntava a dado momento, quais os locais que não queria responder, foi preenchido, mas pelos vistos não foi tido em consideração.
Por variadíssimas questões, e tendo sempre em consideração a forma de estar e de ser de cada um. Os motoristas têm de continuar a ter autonomia inquestionável de querer ou não, responder a determinado serviço.
A maioria das chamadas para fora de zona respectiva, ou se tem que efectuar muitos kilometros (e é chamado à atenção) ou então, como se tem vindo a verificar, existe uma elevada percentagem em que não temos clientes, (mais prejuízo).
Um pormenor muito e muito importante, quando um motorista responde para um lugar mais longínquo, vê-se na necessidade de andar com mais velocidade, criando situações de stress, e que de resto, todos nós sabemos quais as consequências que daí podem advir.
Não podem exigir que 50 viaturas façam o serviço de 100, isso é impossível e podem até promover situações anómalas.
Em minha opinião, tudo isto se pode entender como uma ingerência.
Por ultimo queria realçar, de que ao rejeitar um serviço a questão é essencialmente de prevenção, de quem é a responsabilidade se algo de grave acontecer? Coitado do motorista…
No anterior jornal, falava precisamente nos assaltos, e nas faltas de pagamentos de serviços prestados, e subsequentemente questionava se as medidas de segurança existentes seriam suficientes e eficazes.
Claro que não.
Também referi, que quando se fala em separador, ninguém aprova. O que fazer?
A prevenção continua a ser a nossa melhor arma.
UMA CIRCULAR
No passado mês de Abril, foi distribuído uma circular da Rádio Táxis Invicta, dando algumas indicações aos seus agrupados e motoristas.
Em primeiro lugar, quero dizer que estou plenamente convicto, até prova em contrário, não existir por parte da direcção qualquer ideia de menosprezar os motoristas, antes penso que seja um excesso de zelo, com a finalidade de cumprir objectivos.
Dito isto, sinto-me na obrigação de algumas chamadas de atenção para o referido documento.
No quarto parágrafo diz: « …deixaram de utilizar os nossos serviços devido a comportamentos desadequados de motoristas que,quando confrontados com a falta de cliente, dirigiram-se à recepção do hotel para discutir e reclamar. Desta forma perdemos clientes importantíssimos durante meses.»
No quinto parágrafo diz: «… no caso de terem a infelicidade de não ter um cliente numa chamada para um hotel ou empresa, devem apenas informar a central e nunca discutir nem reclamar com ninguém da instituição.»
Começo por lembrar de um documento anónimo que fizeram circular,(dizem via internet) , a mim facultaram-me uma fotocópia, cujo título é “ Negócio dos Táxis”, onde é denunciado a corrupção que existe, nomeadamente nas recepções de alguns hotéis.
Como em todas as profissões existem bons e maus profissionais, é importantíssimo que se chame a atenção, aos comportamentos desadequados, e em duzentos e tantas viaturas naturalmente não será difícil.
Não se deve nem se pode generalizar desta forma todo um conjunto de pessoas que fazem os possíveis e impossíveis para servir bem os utentes… de igual modo.
Sobre o “nunca discutir nem reclamar”;
Considero um total atentado à dignidade dos motoristas e do seu trabalho.
Considero uma total interferência e ingerência na personalidade de cada um de nós.
Considero não terem o direito de calar a nossa voz.
Vivemos num estado de direito.
Está consagrado na constituição de que todos temos deveres e direitos. Um dos nossos muitos deveres é sem dúvida servir bem o cliente, mas não pode haver descriminações, devemos de atender bem TODOS os clientes.
Insisto nas acções pedagógicas, porque quem não sabe se não for ensinado continua a não saber.
Para além de tudo isto, estou plenamente convencido de que a maioria dos motoristas, tem a capacidade de se dirigir a um recepcionista e educadamente perguntar pelo cliente que eventualmente chamou um táxi.
O que se pede é; moderação, prévios aconselhamentos, e gerir com virtude.
Pedagogia é uma ciência
Setembro de 88.
O senhor José Fernandes, motorista do actual r.t. 639, conta-nos um episódio com mais de duas dezenas de anos, mas que (infelizmente) continua actualizado.
Postura da Trindade, 01.30 horas da madrugada.
- Senhor motorista quanto me leva a Fafe ?
- Meu caro amigo, isso deve andar pelos esc; 6.500$00.
- Mas eu só tenho esc: 6.000$00, não me quer fazer o favor de me levar por este preço?
- Deve de estar ela por ela, vamos embora.
Foi uma viagem tranquila, só acordei o cliente quando chegamos a Fafe.
- Ò meu caro senhor, já chegamos, diga por favor onde quer ficar.
- Temos que ir ali mais abaixo, a uma vizinha para me emprestar o dinheiro. È que eu não tenho dinheiro.
- Então que conversa é esta? Disse-me que tinha esc: 6.000$00 e agora diz que não tem dinheiro? Já é sabido que vamos ter problemas, mas vamos lá à sua vizinha.
A vizinha não emprestou o dinheiro.
- E agora? Não tem familiares?
- Tenho o meu Pai, mas nem pensar em ir lá pedir.
- Então é seu Pai e não lhe dá o dinheiro para o táxi? Vamos ter com o seu Pai.
- Eu digo-lhe onde mora e vou lá consigo, mas quem fala é o senhor, eu não digo nada.
Fomos a casa do Pai, tratava-se de uma vivenda, dando a nítida ideia de pessoa com boas possibilidades, bati â porta e atende um senhor.
- Que deseja?
- Sou taxista do Porto, vim trazer o seu filho e Ele diz que não tem dinheiro, queria perguntar se pode pagar a referida importância.
- Eu não pago nada, não conheço esse senhor de lado nenhum.
- Então. Mas não é seu filho?
- È meu filho, mas não quero saber dele para nada, e digo-lhe, leve-o para o Porto novamente.
O que fazer? Ir à polícia? Não adianta porque não vou receber o dinheiro.
- Anda comigo que vamos resolver o problema de outra forma.
Peguei-lhe no braço (era individuo franzino) meti-o novamente no táxi e trouxe-o novamente para o Porto, e não recebi a corrida
SUMÀRIO
QUE QUADRO !
O Motorista transitava na rua do Freixo.
Na EX EDP ,onde decorria uma iniciativa local e se podia ver grande aglomerado de pessoas, um agente faz paragem à viatura.
- Senhor motorista, está ali uma senhora estrangeira que precisa de ser transportada para o hotel Sheraton, encontra-se um pouco mal disposta, é possível ?
A senhora estava sentada no passeio, cabeça inclinada, notoriamente embriagada, muito bem vestida e com belíssimo aspecto.
- O senhor não se preocupe, porque não vai ter qualquer tipo de problemas, caso contrário comunique para podermos ajudar a resolver alguma eventualidade
- Está bem senhor agente, eu vou lá levá-la.
Com a ajuda de um polícia, entrou para a parte de trás da viatura e seguiram viagem. A cliente rapidamente se deitou no banco e adormeceu.
Quando chegaram ao hotel, o motorista abanou a senhora e esta acordou. Olhou para um lado e para outro e fez um gesto, como quem diz tenho que pagar.
Mexe de um lado mexe doutro, e percebe-se de que não tem dinheiro, mas que o recepcionista vai pagar.
O senhor Sousa sai do seu lugar e vem dar uma ajuda à cliente abrindo-lhe a porta. Com muita dificuldade ,e após uns longos cinco minutos, lá conseguiu pôr-se de pé.
Ria-se muito, e renovando os pedidos de desculpas, agarrou-se completamente ao motorista e pediu que a levasse à recepção.
E assim foi, entram os dois no hotel agarrados um ao outro, de tal forma era o “quadro” que, e já dentro do átrio, o recepcionista veio a correr para dar uma ajuda aos “dois”.
- Calma amigo, eu sou taxista e venho trazer esta senhora, que não tem dinheiro e precisa de ajuda.
Já no balcão de recepção Ela falou um pouco com o funcionário, deu-lhe a identificação e o mesmo pagou a respectiva corrida.
E depois? Foi de facto uns trabalhos, agarrou-se novamente ao motorista e queria que a levasse aos seus aposentos. Entretanto o funcionário falava com Ela explicando que o mesmo não podia porque estava a trabalhar, que tinha a viatura mal estacionada e que portanto não era possível. Mas… em voz muito alta, para não dizer aos gritos, queria que fosse o motorista. Até que por fim chega um outro funcionário superior do hotel e:
- Prontos , tudo se vai resolver, nós tomamos conta da viatura e o senhor se faz o favor leva a senhora lá acima.
E o senhor Sousa foi levar a senhora ao quarto sem mais problemas.
REJEITAR
Desde o início, tenho tomado posição a favor do sistema GPS. e que mantenho completamente.
Na preparação e na adaptação do sistema, defendi conscientemente o bom trabalho desenvolvido pelos responsáveis, e que mantenho completamente.
Mas não sou pessoa de só abanar a cabeça, tenho de criticar o que em minha modesta opinião, está mal, ou menos bem.
È notório, é visível, que após alguns meses da implantação do sistema, os referidos responsáveis, dão mostras de algumas debilidades e limitações no plano organizativo, dando mesmo a entender a falta de calma e clarividência necessárias para enfrentar a resolução de alguns problemas.
No momento actual do funcionamento do sistema, não é com métodos, que eventualmente possam ser considerados repressivos, que resolvem seja o que for. Antes pelo contrário, só com acções e medidas pedagógicas permanentes, é possível combater as limitações que todos nós temos, uns mais do que outros.
Quando numa situação de responsabilidade, as pessoas têm sempre a tendência para saberem tudo, o que não corresponde à realidade, devemos de auscultar outras ideias e tomar decisões devidamente fundamentadas.
Especificamente ao nosso sector, os responsáveis tem por obrigação de conhecer a realidade que os rodeia, e ter a sensibilidade de promover a pedagogia necessária, para levar a bom termo as respectivas iniciativas.
E agora perguntam o porquê desta introdução e qual o seu objectivo ?
È fácil, temos vindo a constatar por intermédio de vários colegas, de que a central rádio táxis invicta tanto por intermédio dos operadores como também dos seus responsáveis, telefonam (e tem custos) a informar sempre que um motorista rejeite um serviço. Dizendo mesmo que não querem trabalhar. É falso.
Antes deste sistema (por voz) o operador primeiro dizia a morada, precisamente para o motorista saber a que local se destinava a chamada, e assim querer ou não responder.
Aquando da preparação da entrada em vigor do novo sistema (GPS) foi-nos distribuído um questionário, que perguntava a dado momento, quais os locais que não queria responder, foi preenchido, mas pelos vistos não foi tido em consideração.
Por variadíssimas questões, e tendo sempre em consideração a forma de estar e de ser de cada um. Os motoristas têm de continuar a ter autonomia inquestionável de querer ou não, responder a determinado serviço.
A maioria das chamadas para fora de zona respectiva, ou se tem que efectuar muitos kilometros (e é chamado à atenção) ou então, como se tem vindo a verificar, existe uma elevada percentagem em que não temos clientes, (mais prejuízo).
Um pormenor muito e muito importante, quando um motorista responde para um lugar mais longínquo, vê-se na necessidade de andar com mais velocidade, criando situações de stress, e que de resto, todos nós sabemos quais as consequências que daí podem advir.
Não podem exigir que 50 viaturas façam o serviço de 100, isso é impossível e podem até promover situações anómalas.
Em minha opinião, tudo isto se pode entender como uma ingerência.
Por ultimo queria realçar, de que ao rejeitar um serviço a questão é essencialmente de prevenção, de quem é a responsabilidade se algo de grave acontecer? Coitado do motorista…
No anterior jornal, falava precisamente nos assaltos, e nas faltas de pagamentos de serviços prestados, e subsequentemente questionava se as medidas de segurança existentes seriam suficientes e eficazes.
Claro que não.
Também referi, que quando se fala em separador, ninguém aprova. O que fazer?
A prevenção continua a ser a nossa melhor arma.
UMA CIRCULAR
No passado mês de Abril, foi distribuído uma circular da Rádio Táxis Invicta, dando algumas indicações aos seus agrupados e motoristas.
Em primeiro lugar, quero dizer que estou plenamente convicto, até prova em contrário, não existir por parte da direcção qualquer ideia de menosprezar os motoristas, antes penso que seja um excesso de zelo, com a finalidade de cumprir objectivos.
Dito isto, sinto-me na obrigação de algumas chamadas de atenção para o referido documento.
No quarto parágrafo diz: « …deixaram de utilizar os nossos serviços devido a comportamentos desadequados de motoristas que,quando confrontados com a falta de cliente, dirigiram-se à recepção do hotel para discutir e reclamar. Desta forma perdemos clientes importantíssimos durante meses.»
No quinto parágrafo diz: «… no caso de terem a infelicidade de não ter um cliente numa chamada para um hotel ou empresa, devem apenas informar a central e nunca discutir nem reclamar com ninguém da instituição.»
Começo por lembrar de um documento anónimo que fizeram circular,(dizem via internet) , a mim facultaram-me uma fotocópia, cujo título é “ Negócio dos Táxis”, onde é denunciado a corrupção que existe, nomeadamente nas recepções de alguns hotéis.
Como em todas as profissões existem bons e maus profissionais, é importantíssimo que se chame a atenção, aos comportamentos desadequados, e em duzentos e tantas viaturas naturalmente não será difícil.
Não se deve nem se pode generalizar desta forma todo um conjunto de pessoas que fazem os possíveis e impossíveis para servir bem os utentes… de igual modo.
Sobre o “nunca discutir nem reclamar”;
Considero um total atentado à dignidade dos motoristas e do seu trabalho.
Considero uma total interferência e ingerência na personalidade de cada um de nós.
Considero não terem o direito de calar a nossa voz.
Vivemos num estado de direito.
Está consagrado na constituição de que todos temos deveres e direitos. Um dos nossos muitos deveres é sem dúvida servir bem o cliente, mas não pode haver descriminações, devemos de atender bem TODOS os clientes.
Insisto nas acções pedagógicas, porque quem não sabe se não for ensinado continua a não saber.
Para além de tudo isto, estou plenamente convencido de que a maioria dos motoristas, tem a capacidade de se dirigir a um recepcionista e educadamente perguntar pelo cliente que eventualmente chamou um táxi.
O que se pede é; moderação, prévios aconselhamentos, e gerir com virtude.
Pedagogia é uma ciência
Setembro de 88.
O senhor José Fernandes, motorista do actual r.t. 639, conta-nos um episódio com mais de duas dezenas de anos, mas que (infelizmente) continua actualizado.
Postura da Trindade, 01.30 horas da madrugada.
- Senhor motorista quanto me leva a Fafe ?
- Meu caro amigo, isso deve andar pelos esc; 6.500$00.
- Mas eu só tenho esc: 6.000$00, não me quer fazer o favor de me levar por este preço?
- Deve de estar ela por ela, vamos embora.
Foi uma viagem tranquila, só acordei o cliente quando chegamos a Fafe.
- Ò meu caro senhor, já chegamos, diga por favor onde quer ficar.
- Temos que ir ali mais abaixo, a uma vizinha para me emprestar o dinheiro. È que eu não tenho dinheiro.
- Então que conversa é esta? Disse-me que tinha esc: 6.000$00 e agora diz que não tem dinheiro? Já é sabido que vamos ter problemas, mas vamos lá à sua vizinha.
A vizinha não emprestou o dinheiro.
- E agora? Não tem familiares?
- Tenho o meu Pai, mas nem pensar em ir lá pedir.
- Então é seu Pai e não lhe dá o dinheiro para o táxi? Vamos ter com o seu Pai.
- Eu digo-lhe onde mora e vou lá consigo, mas quem fala é o senhor, eu não digo nada.
Fomos a casa do Pai, tratava-se de uma vivenda, dando a nítida ideia de pessoa com boas possibilidades, bati â porta e atende um senhor.
- Que deseja?
- Sou taxista do Porto, vim trazer o seu filho e Ele diz que não tem dinheiro, queria perguntar se pode pagar a referida importância.
- Eu não pago nada, não conheço esse senhor de lado nenhum.
- Então. Mas não é seu filho?
- È meu filho, mas não quero saber dele para nada, e digo-lhe, leve-o para o Porto novamente.
O que fazer? Ir à polícia? Não adianta porque não vou receber o dinheiro.
- Anda comigo que vamos resolver o problema de outra forma.
Peguei-lhe no braço (era individuo franzino) meti-o novamente no táxi e trouxe-o novamente para o Porto, e não recebi a corrida
SUMÀRIO
- QUE QUADRO !
- REJEITAR
- UMA CIRCULAR
- SETEMBRO DE 88
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