segunda-feira, 5 de julho de 2010

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 18

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 18

PRIMEIRO 2010


Foi em Julho de 2008, este é o 18º mês consecutivo que distribuímos este pequenino jornal. Queremos continuar a contar os episódios mais interessantes do nosso quotidiano. Queremos todos os motoristas ( e sem excepções) como protagonistas. Queremos transmitir que todo este trabalho não é mais do que um ”passatempo”, muito embora queira ser responsável e credível, sempre com o objectivo de contribuir para a dignificação do nosso sector.

Vontade não nos falta em fazer melhor e maior, mas só isso não chega, na verdade e no imediato, não temos condições nem possibilidades de enriquecer de alguma forma esta pequena aventura. No entanto e sem quaisquer tipo de preconceitos, vamos continuar com a nossa presença mensal. Naturalmente com a imprescindível colaboração de todos, fazendo-nos chegar quer por escrito quer verbalmente, todos os episódio e diálogos que achem convenientes. UM BOM ANO.

APONTAMENTO

Estava na postura do 24 de Agosto, encontrava-me na segunda posição.
No passeio do lado oposto à postura vejo um indivíduo a passar, atravessa em direcção ao carro da frente. De repente vejo-o novamente atravessar a rua para o lado oposto, pensei, afinal não vai para táxi.
Segundos depois o referido senhor aparece da parte de trás da minha viatura, vem ter comigo e pergunta se estou livre, eu respondo que sim, mas tem de ser o primeiro carro.
-Eu quero ir neste carro porque o seu colega está a dormir.
- Mas eu acordo-o
- Peço desculpa mas eu não vou naquela viatura porque o motorista está a dormir, por isso quero ir neste.
- Está muito bem, faz o favor de entrar.
O cliente entrou, e foi a falar comigo, começando por dizer, que quando acorda, demora sempre alguns minutos a conseguir raciocinar correctamente, e que na sua área profissional só mesmo após meia hora.
E como ele é assim tem a percepção de que os outros também o são.
Eu tentei explicar-lhe de que a minha reacção foi de colega para colega, pois o mesmo fica sempre com a ideia de que o cliente entrou e eu não respeitei a ordem dos táxis. Para além disso, transmiti-lhe a minha opinião de que; em primeiro, nem todos temos as mesmas reacções, segundo, normalmente o Motorista não está a dormir profundamente, terceiro, porque as horas que frequentemente estamos parados nas posturas é muito fácil que isso aconteça.
A mim também me acontece frequentes vezes, mas na verdade e muito principalmente quando estamos a sair de uma postura, devemos naturalmente ter em atenção este facto, que todos sabemos, ser extremamente importante.

OS LEVEZINHOS




Fomos à conversa com os Senhores Moreira e Francisco Costa, na tentativa de sabermos algo sobre este grupo, e podemos constatar, que se trata realmente de um bom exemplo a seguir.
Trata-se de um grupo de 14 motoristas, com características culturais e desportivos, que para o efeito se reúnem uma vez por semana. Nasceu à três anos, mais concretamente a 22 de Fevereiro de 2007.
A grande virtude é sem dúvida a visível organização, que todos os membros estão empenhados em desenvolver e concretizar, só assim é possível levar por diante um projecto.
Os grandes objectivos, naturalmente são de entretenimento, de lazer e de amizade, mas sempre com a preocupação de incutir bons exemplos, devidamente acompanhados de respectivas regras e disciplina.
Só por mera curiosidade, algumas das regras; Ter carácter, personalidade e espírito de grupo; Ter a noção da responsabilidade; Ser solidário para com os colegas; Ser participativo, dando ideias construtivas. ajudando o grupo a crescer e a organizar-se; Ter respeito pelo adversário.
Estão definitivamente a crescer, já existe uma pequena estrutura em funcionamento, nomeadamente, dois responsáveis, patrocínios, distribuição de tarefas e responsabilidades para todos os membros, e um exemplar e importantíssimo controle das suas contas.
Pelo conhecimento que tivemos deste ainda pequeno grupo, da forma tão responsável que têm demonstrado em todo o seu trabalho, temos a obrigação de dar uma palavra de apreço e desejar a este (GRANDE GRUPO) as maiores felicidades.


GPS – Rádio Táxis Invicta

São vastos os exemplos de Motoristas, que têm vindo a transmitir os benefícios de que este sistema nos veio proporcionar. Não esquecendo no entanto, que existem naturalmente, algumas situações com necessidade de alguns reajustamentos.

O Senhor José Augusto (135) é proprietário sobejamente conhecido na nossa praça.
Após o sistema GPS ter sido aprovado, continuava a não estar de acordo, ao ponto de pensar na eventualidade de mudar de central. Tudo isso, devido possivelmente ao mau esclarecimento sobre as capacidades e funções do referido sistema.
Entretanto, e depois de ter ponderado convenientemente, solicitou mais informações e decidiu pela montagem, aderindo desta forma ao aprovado por maioria.
Actualmente, o Senhor José Augusto é na realidade um homem ainda mais feliz. E porquê? Porque (e não se cansa de o dizer) :- Aos anos que aqui ando, nunca respondi a tantas chamadas via rádio táxi como agora; Trabalho muito mais e melhor.

PONTO DE ENCONTRO

A BP dos Combatentes é sem dúvida um ponto de encontro de muitos motoristas. E queremos fazer esta referência muito especial, concretamente a todos os funcionários que diariamente nos recebem com muito agrado, eu até atrever-me-ia a dizer… com amizade.

Esta é a forma que encontramos para dirigir uma palavra de apreço e de agradecimento, pelo convívio que nos é proporcionado nos pequenos intervalos para tomar mais um café.

O CUNHA

O Cunha era um bom profissional, gostava muito de conviver com os amigos, Homem de palavra, um pouco nervoso “ fervia em pouca água “.
Circulava na Rua Fernandes Tomás, e ao virar para a rua de Sá da Bandeira, um carro apitava e…
- Vê-se logo que é Taxista! È tudo deles ! Anda mais devagar.
Depois de trocarem alguns piropos considerados normais nestas situações, nem por isso muito agradáveis, cada qual seguiu o seu destino.
Lembro-me de o Cunha contar este episódio com muita convicção e de uma forma muito sua, de referir que os clientes iam para o hospital ver um familiar que tinha tido um acidente,
Pouco mais ou menos um mês depois , recebe uma chamada via rádio táxi, para uma determinada morada. Entra um um casal para o aeroporto mas… O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL.
Nem mais nem menos, tratava-se da pessoa com quem tinha tido a tal situação desagradável na rua de Sá da Bandeira. O Cunha nada disse mas seguiu com uma marcha lenta, a pontos de o senhor ter que o chamar a atenção.
- Solicitei ao Senhor motorista o mais rápido possível porque estamos muito atrasados para apanhar o voo,
- O Senhor naturalmente não se lembra de mim, mas lembra-se de um episódio que teve com um taxista na baixa do Porto. Era eu, e o cliente que transportava também me tinha solicitado para o transportar o mais rápido possível. Coisas do destino, o senhor entra no meu táxi e pede para andar o mais rápido possível. E agora ?
- De facto á coisas extraordinárias, lembro-me muito bem da situação. Andamos sempre a aprender , eu peço-lhe desculpa por tudo, mas por favor neste momento preciso de chegar a horas, caso contrário perco o avião.
O cunha aceitou muito bem aquelas palavras e de imediato aumentou de velocidade a ponto de chegarem a horas de apanhar o voo.
Na hora da despedida o senhor fez questão de ficar com o contacto do motorista, para numa outra altura poderem falar com mais tempo. E assim foi muito mais tarde encontraram-se conversaram e ficaram amigos para sempre.

Sumário:

*** Primeiro 2010
*** GPS
*** Apontamentos
*** Ponto de Encontro
*** Símbolo de Os caça Comboios
*** O Cunha
*** Os Levezinhos

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