segunda-feira, 21 de setembro de 2009

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 14

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 14
Formação Profissional

È muito frequente os motoristas falarem da formação profissional, tanto para a renovação como para a aquisição inicial do CAP.
São vastas as críticas e opiniões sobre este tema, uns, porque (dizem) não vão aprender nada porque até já andam cá à muitos anos, outros, porque tudo não passa de uma brincadeira, e de que se trata (dizem) de mais uma forma de ganhar dinheiro.
Sou a favor da formação contínua, com uma programação de ensino devidamente adequada e actualizada e administrada por sectores independentes.
Aprender, Aprender sempre!
Mas na realidade, para onde se dirigem as maiores críticas, é sem dúvida alguma, para a má qualidade dos formadores. Não têm capacidade de ensino, na maioria dos casos demonstram uma grande falta de cultura geral, muita dificuldade em estabelecer diálogo, nomeadamente quando confrontados com questões pertinentes, até mesmo referentes ao sector.
A formação não pode ser só um acto formal, onde se paga uma (enorme) quantia e prontos está feito, antes pelo contrário, apesar de se tratar só de uma formação profissional, deverá ser bem administrada, responsa-velmente conduzida e seriamente avaliada. Por tudo isto, são necessários formadores com qualidade, com formação académica, podendo desta forma explicar (em bom português) todas as matérias em questão, sensibilizando e cativando todos os motoristas a aprender sempre mais.

Novo Separador

No dia 10.09.2009 estivemos na delegação da Antral, tentamos montar o novo separador numa viatura táxi, com o objectivo de durante alguns dias fazer uma experiência, e assim podermos tirar algumas conclusões.
Não foi possível concretizar, pois não conseguimos FIXAR o separador de forma correcta, evitando uma permanente e constante oscilação que iria perturbar o trabalho do condutor, para além da má imagem que eventualmente transmitiria.
Optimistas, estamos convencidos de que o problema não é do material em si, mas sim da nossa falta de experiência. Nesta fase inicial e experimental, talvez fosse necessária a presença de uma pessoa qualificada para uma conveniente demonstração de montagem e simultaneamente esclarecer quaisquer dúvidas a colocar.
Para além disso, acreditamos na mais valia deste separador, não só porque tem a vantagem de continuar com a lotação normal, mas também porque pode rodar o banco à medida do condutor, porque não fica totalmente isolado, (existe um pequeno espaço à frente) que deixa circular o ar dentro da viatura. Depois dos devidos ajustes o seu manuseamento é muito fácil. Seria um grande contributo para a segurança dos Motoristas, resolveria definitivamente 70% dos problemas com que nos deparamos diariamente.
Temos plena consciência de que tudo isto é "REMAR CONTRA A MARÉ", porque na realidade grande maioria não é sensível ao problema, argumentando as coisas mais incríveis que se possa imaginar.
SERÀ QUE É MELHOR NÂO TER NADA COMO SEGURANÇA? OU ENTÃO, QUE SEGURANÇA QUEREM OS MOTORISTAS? Vamos continuar a dar o nosso contributo para de alguma forma alertar para o grande problema da nossa insegurança.

À NOITE

Depois de uma longa noite de trabalho, e à conversa com o nosso colega José Quezada dizia ele:
-Ò Henrique! Nunca me tinha acontecido.
-Então o que foi?
-Estava na postura do Marquês, vem uma cliente que se dirige ao carro da frente, o motorista olha para a ciente e diz que não a leva. Muito zangada vem para a minha viatura, diz qual o destino que pretende e seguimos viagem. Após alguns minutos começa a disparatar dizendo que não era nenhum travesti que era muito mulher, e em plena viatura levanta a saia completamente, desce as calças e diz: pode ver que sou muito mulher e diga isso aos seus colegas!

GENTE FINA… È OUTRA COISA

São 5 horas da manhã, respondo a uma chamada para o calor da noite. Duas meninas brasileiras e um sujeito na casa dos 45 anos.
- Boa noite, rua Gonçalo Cristóvão em frente ao JN, e depois é para seguir para o Fleming.
- Sim senhor. (penso eu num bom serviço)
Chegamos a Gonçalo Cristóvão, uma sai e vai a casa, todos estão bem-dispostos, Ele diz que é de Viseu, e que tenho de lá ir porque está muito bonito.
Entretanto a que tinha ido a casa volta, entra no carro e diz-lhe:
- Amor tens de pagar antes (mas a falar quase em código)
- Querem que eu saia para falarem melhor?
- Está bem senhor motorista, muito obrigada.
Ficam os três a falar, e de repente ele abre a porta todo encrespado e manda-a sair da viatura insultando-a, ela por sua vez retribui os insultos. Bom, o indivíduo perde as estribeiras, pega pelos colarinhos do casaco, e bate com ela três ou quatro vezes contra a parede, abriu-lhe a cabeça, eu só via sangue. O sujeito queria que eu o levasse ao hotel e as deixasse ficar, eu disse que não, pois tinha de chamar a polícia, uma delas diz que não porque está ilegal.
Tinha de tomar uma decisão, e pedi à central para ligar à polícia. Enquanto os mesmos não vinham tive de separar o homem para não magoar ainda mais as meninas.
Veio o carro patrulha mais o INEM e mais polícia, identificaram os presentes (já só estava uma menina) tomaram nota de toda a ocorrência e dizem ao cliente para me pagar a corrida. Ele com o nariz quase encostado ao polícia, diz que não paga porque está do lado delas. E sabe para quem está a falar? Para o homem mais rico de Viseu, gastei com elas mais de dois mil euros.
O Agente vira-se para mim e informa de que tenho seis meses para apresentar queixa contra o cliente e… pode ir embora.
Moral da história, à noite todos são vistos pelo lado negativo, mas felizmente que assim não é, existe muito boa gente a trabalhar no turno da noite, mas que por questões profissionais têm de transportar o que mais degradante temos na nossa sociedade, inclusive os mais ricos…
Moreira RT 314

SUMÀRIO
· Formação Profissional
· Novo Separador
· À Noite
· Gente fina…è outra coisa
· Uma Dormida
· Bonjóia

Convívio de motoristas da postura de Campanhã

Realizou-se no passado dia 19 de Setembro mais um passeio que teve como destino o Santuário de Nossa Senhora de Lapa, em Sernancelhe. Desta feita, com organização dos nossos colegas Durães e Manuel. Teve partida da Rua da Estação, junto á postura de Campanhã, rumando em direcção á Régua, com paragem no Alto de Quintela para o pequeno-almoço, seguindo depois a Lamego, Tarouca, Moimenta da Beira e Sernancelhe. O Núcleo do Jornal Motoristáxi, felicita esta organização pela possibilidade de mais um convívio salutar entre todos os colegas que nele participaram.

BONJÓIA

Encontrei no meu velho Porto
Uma fatia do céu, quase escondida.
Entre vielas e por pedras protegida
Tem velhos muros caídos.
Recantos reconstruídos.
Musgos abrigados por japoneiras
E rolas bravas num céu sem fronteiras
Uma casa filha da realeza
De frontaria sóbria e rara beleza.
Um lago solitário e circular
Onde os pardais s’embebedam
E as pombas vão mergulhar.
Um jardim feito a compasso
E um doloroso abraço
Entre o velho casario
E a loucura do rodopio
Que magoa e estilhaça
A cidade por onde passa.
Entre velhos choupos e
Uma figueira amuada,
Há um tanque viúvo d’água
E uma eira "aburguesada"
Este espaço tem sol e seiva renovada.
Bonjóia é uma golfada de vida
È uma glícinia florida
Que nos baralha os sentidos,
Que perfuma e acalma a dor,
È berço de sonhos não vividos
Onde a raiva adormece e acorda o amor.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 13

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 13

SEGURANÇA

Não podemos ficar indiferentes às notícias publicadas no JN dos dias 25 e 26 de Julho 2009 em que dizia "Táxis do Porto com vidros separadores".
Nas comemorações do IX dia do táxi, foi apresentado pela ANTRAL um novo tipo de vidro separador, que apenas isola o condutor, não criando restrições na lotação do táxi. A mesma Associação defendeu que o Governo deve subsidiar todas as formas de garantir a integridade física dos motoristas.
Entretanto foi dito pelo Senhor Ministro de que o Senhor Governador Civil do Porto vai coordenar um projecto-piloto para apoiar a instalação do novo tipo de separador.
Naturalmente congratulámo-nos com esta imensa proposta, dar os parabéns por tal iniciativa e finalmente podermos verificar interesse e sensibilidade que realmente este problema merece.

19º Convívio dos Profissionais de Táxi
Realizou-se no passado dia 25 de Julho o já habitual "Convívio dos Profissionais de Táxi", que este ano comemorou o seu 19º aniversário. Este passeio é organizado pelo colega Rodrigues (RT226), e este ano aconteceu em Sernancelhe, mais concretamente na Nª Sr.ª da Lapa. O evento decorreu dentro da normalidade, com muita festa, boa comida, e boa disposição. O núcleo do Jornal Motoristáxi felicita o Sr. Rodrigues pela excelente organização, e faz votos que este evento se realize por muitos mais anos.

IX DIA DO TÁXI
O Dia do Táxi é sem duvida a maior iniciativa do sector a nível nacional organizada pela ANTRAL. Este ano teve lugar em Vila Nova de Gaia nos dias 25 e d6 de Julho, com a presença do Ministro da Administração Interna, cujo tema em destaque foi a SEGURANÇA com a apresentação de um vidro separador que apenas isola o motorista.
O programa foi preenchido com um amplo debate sobre os problemas do sector, uma secção solene com o Senhor Ministro, um jantar com os 210 Delegados e um almoço para 3500 motoristas e seus familiares. O jornal Motoristáxi felicita o evento.


TORNEIO FUTSAL
Parabéns à A.D.S.M.T.P. pelo seu 3º torneio de futsal 2009, só para Motoristas de táxi que se realizou de 30 de Maio a 18 de Julho com a participação de oito equipes: Gaicar, Táxicoop de V.N.Gaia, Dragões do Volante, Os Gaviões, Nem te Passa, Areosa City, Raditáxi do Porto, Os Levezinhos, da cidade do Porto.
O meu agradecimento à Direcção da A.D.S.M.T.P. pelo esforço e dedicação ao evento. Ao Carlos (54 RT) que foi o responsável pela logística. Aos Árbitros pelo seu desempenho, que tentaram incutir ordem e disciplina no torneio. E convém lembrar que todas estas pessoas disponibilizaram o seu tempo nos sábados em que decorreu o torneio (aproximadamente 6 horas) de borla e por carolice.
È de lamentar alguns casos isolados de conflito entre alguns colegas e a equipe de arbitragem. No entanto foi gratificante ver todos os participantes empenhados, mostrando cada um a sua raça e querer (sim, nós somos homens do Norte) e as suas qualidades futebolísticas e boa forma física (…de alguns).
A final foi disputada entre os Gaviões e os Levezinhos com o resultado de 5-5 sendo necessário recorrer a penaltis nos quais os Gaviões venceram 3-1. Reconheço que os Gaviões mereceram o 1º lugar pela regularidade que tiveram no torneio, apesar de terem a sorte do lado deles no jogo da final, ainda assim os meus parabéns aos Campeões e ao seu treinador Reis (113 Inv).
Classificação final: 1º Os Gaviões, 2º Os Levezinhos, 3º Areosa City, 4º Dragões do Volante. Taça de Disciplina: Os Gaviões. Taça do Melhor Marcador: Dionísio Monteiro – Areosa City. Taça da Melhor Defesa: Os Gaviões.
Um abraço a todos.
MOREIRA 314 RT

"OS CORUJAS"
SEDE: Postura da corujeira, SÒCIOS: dez, QUOTAS: 1€ para o euromilhões, 1€ para almoço semestral, 1€ para passeio anual. ORGÃOS SOCIAIS: um presidente eleito semestralmente que recebe as quotas e faz o boletim do euromilhões. OBJECTIVO: Convívio na mesa de um bom restaurante. NASCIMENTO: de uma boa relação entre vários colegas que frequentam 90% a postura da corujeira. DATA: oficializada em 2006.
"OS Corujas" têm mantido a sua principal actividade de dois almoços ou jantares anuais (um no natal e outro no verão). Este ultimo de verão (mês passado) foi diferente, para alem do almoço incluímos um passeio todo o dia que deu para descontrair.
Fomos de barco Rio Douro acima com almoço no mesmo. Foi do agrado de todos "os corujas", desfrutamos de uma paisagem lindíssima, que mais nos motivou a saborear este magnifico convívio. Quase obrigatório não falar de serviços, nem do mau feitio de alguns colegas, resumindo o dia todo sem o nosso inimigo numero um o "STRESS".
O regresso ao Porto foi feito de comboio, depois de uma visita ao museu do vinho do Porto na Régua. Até o atraso do comboio quase de uma hora serviu para descontrair com o jogo de piadas muito frequente no nosso meio. Espectacular.
No jantar natalício é que vamos decidir o próximo verão.
Rui Teixeira

PRIMEIRO SERVIÇO
Horas, 17.30…Carro ao cerco a sair de S. Roque, a não sair, a sair da corujeira. È o 79, nº 79 siga ao cerco bloco 31 (entendido). Cheguei ao respectivo bloco e passados 7/8 minutos não aparecia ninguém, algum tempo depois vem uma senhora de etnia cigana com uma criança pequena que trás consigo uns paus de uma velha cadeira, com delicadeza pedi à senhora para o miúdo não transportar aquilo no táxi, então Ela disse para deitar fora. Entraram na viatura sem dizer boa tarde ou coisa parecida, pediu para passar pela sede do cerco para ir buscar uma outra pessoa e depois seguir para a "RÉTA", perguntei onde era a "réta", respondeu que ficava junto ao café S. Domingos, chegamos ao local e ao lado do café foram a uma barbearia cortar o cabelo ao miúdo. Depois de esperar o tempo necessário para o corte de cabelo, voltam para o táxi e dizem que querem ir para a "LUPA", perguntei onde era isso! È na Areosa Senhor, não sabe?... Ao chegar à Areosa…vire aí nessa rua ( que é a rua Heróis de Pátria), pediu para parar junto a uma loja de fotografias, que se chamava LUPI. Aguardei uns 15 minutos, talvez o tempo de revelarem algumas fotos, já no táxi, tive de voltar a perguntar qual o próximo destino, responderam que era para o "SÁBEDRA", eu disse que não conhecia ou então que me disse-se o nome da rua. -Aí vizinho o senhóri não sabe nada se fosse com outro cliente já lhe estava a apertar o pescoço. Não fiz caso e Ela lá me explicou onde era (circunvalação/Areosa), saíram e foram ao estabelecimento. Voltaram após mais uns minutos, perguntei novamente qual a próxima paragem ao qual me respondeu; rua Dr. Cancelas. Apesar de ser uma rua de Rio Tinto sabia perfeitamente qual era, aproveitei e disse; está a ver minha Senhora se disser o nome das ruas não tenho dificuldade, porque não é da minha competência saber o nome dos estabelecimentos. Entretanto lá chegamos à rua Dr. Cancelas (pelo caminho não se calaram, que por ali era mais perto e não tinha tanto trânsito, ora mais devagar ora mais depressa etc.).
São 20.50 €. Aí vizinho tanto dinheiro. Justifiquei o tempo de espera e tudo bem, pagaram e lá me vim embora.
Como é do meu hábito, ao fim de cada serviço verifico se ficou algum objecto esquecido, e verifiquei que de facto havia…milhares de migalhas de bolachas, garrafas de água vazias e mais algum lixo.
Bessa (79 Inv)

SUMÁRIO

- SEGURANÇA
- 19º CONVÍVIO DOS PROFISSIONAIS DE TÁXI
- IX DIA DO TÁXI
- TORNEIO FUTSAL
- "OS CORUJAS"
- PRIMEIRO SERVIÇO

terça-feira, 21 de julho de 2009

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 12 - EDIÇÃO ESPECIAL ANIVERSÁRIO


1º ANIVERSÁRIO

A brincar, a brincar podem fazer-se coisas muito sérias. Foi essa a intenção deste jornal, que em Julho de 2008 iniciou a sua actividade.
Os objectivos continuam a ser os mesmos: Primeiro, falar e divulgar sobre os vários comportamentos dos nossos clientes, que todos sabemos não ser tarefa fácil. Segundo, continuamos com a ideia de que existe espaço suficiente para fomentar a discussão na praça pública sobre os vastos problemas com que se vai deparando a nossa profissão. Terceiro, queremos contribuir para uma maior dignificação da nossa classe.
Naturalmente não podemos agradar a todos, o que é uma situação perfeitamente normal. No nosso sector também existem vários "GRUPINHOS" que inconscientemente, por vezes conscientemente, só têm como principal alvo dividir para governar.
Nós queremos continuar a ser; coerentes, humildes e simples. Não temos qualquer pretensão de enveredar pelas situações técnicas e jurídicas, isso faz parte das obrigações e deveres das respectivas associações do nosso sector.
O nosso "Jornalzinho" está mais virado para o entretenimento e para a divulgação de pequenas notícias que mais ninguém quer dar a conhecer. Queremos ser diferentes, só assim se justifica.

UMA URGÊNCIA

O Agostinho Almeida (ex 5 da RT e actual 96 da Invicta) conhecido pelas suas características positivas em responder à central, esteve à conversa comigo na postura da Ramada Alta. Começou por dizer que não tinha nada de especial para contar como motorista, no entanto e à medida que fomos dialogando, repentinamente e sem dar por isso, está a descrever um episódio passado à vários anos e fá-lo de maneira tão emocional e sensível, que não resisti em transmitir aos nossos leitores toda essa simplicidade.
" Uma chamada para a travessa de S. Diniz. Tratava-se de uma Senhora grávida, muito aflita e que pediu para a transportar de urgência ao hospital de S. João. À frente sentou-se um Senhor que era seu pai, também muito nervoso, muito educado e que repetiu o destino do serviço. O Agostinho, liga os quatro piscas, concentra-se na sua tarefa, buzina a funcionar e aí vai Ele.
Quando tudo parecia estar a decorrer normalmente, apesar dos constantes gritos de dor da Senhora, eis que o trânsito estava completamente parado na rua de Monsanto mesmo a chegar à praça 9 de Abril. O motorista já nervoso, continua a buzinar, o pai já estava a ficar completamente "fora de si" e a Senhora sempre com os gritos de dor. Como sair daquela embrulhada?
O Agostinho consegue fugir para a faixa da esquerda, o trânsito estava completamente parado, os automobilistas fazem os possíveis e impossíveis para possibilitar a passagem do táxi. A única alternativa foi subir o passeio, avançar para o meio do jardim de arca d’água e depois de percorrer todo o jardim (sob o olhar atónito da polícia a até de transeuntes) finalmente chegou à rua Leonardo Coimbra (ainda com dois sentidos) e rapidamente ao referido hospital.
O táxi ainda não tinha parado já o nosso amigo estava a dizer ao pai da Senhora:
"- Ó homem vá depressa buscar uma maca para a sua filha!" Só depois recebeu a corrida.
Fantástico foi de facto a forma como o Agostinho contou este episódio: - E se a Senhora tinha o bebé na viatura? - Como podia eu ajudar se não sabia como? - Enfim… correu tudo bem.

FORMAÇÃO AO GPS

Em Janeiro de 2009 no nosso jornal nº7, escrevemos sobre a instalação do sistema GPS na Rádio Táxis Invicta, ao qual sempre demos o nosso particular apoio e continuamos a dar com muito entusiasmo. O último parágrafo dizia " Naturalmente, e dizemos nós, tudo se irá processar inicialmente, com prazos de experiência e adaptação. Não se espera tarefa fácil para os responsáveis, assim como também para os utilizadores, é necessário um tempo real para uma boa aprendizagem, e principalmente a compreensão de todos".
Na maioria das viaturas já se pode ver os respectivos monitores, uns com mais, outros com menos capacidades. Perante esta primeira situação, verificamos um enorme grau de dificuldade, por parte de Motoristas, em manusear o referido aparelho.
Em nossa modesta opinião, faz todo o sentido (como sempre fez) efectuar previamente uma FORMAÇÃO ESPECÍFICA muito principalmente para quem tem mais dificuldades. Embora um pouco trabalhoso (e sem trabalho nada se faz), não é nada difícil fazer no mínimo um rastreio dos casos mais difíceis e individualizar essa formação.
Infelizmente ainda há quem pense de que não precisa de formação para nada porque já sabe tudo, sendo isso sinónimo da própria ignorância, pois estamos sempre a aprender. Os responsáveis, em princípio pessoas mais esclarecidas, têm o dever e a obrigação de perceber a situação e criar condições para resolver atempadamente todos os obstáculos.
A FORMAÇÃO É TÃO IMPORTANTE COMO INDISPENSÁVEL.

Parabéns Motoristáxi!

Nesta Edição Especial Aniversário do nosso jornal decidi fazer um balanço do primeiro aniversário deste projecto. Após doze edições, noto que as reacções foram diversas. Obtivemos reacções bastante positivas, menos positivas e até inqualificáveis.
Para todos aqueles que reagiram positivamente, lendo e participando no nosso Jornal, para os que consideram que o Jornal Motoristáxi podia melhorar, que apresentaram as suas críticas construtivas e as suas sugestões, contribuindo para o engrandecimento do Jornal Motoristáxi, o nosso muito obrigado.
Para aqueles que reagiram de um modo ignóbil, desprezando e rejeitando sem motivo aparente este projecto e criticaram destrutivamente o trabalho do núcleo Motoristáxi, aqui fica uma única advertência: O JORNAL MOTORISTÁXI NÃO É LEITURA OBRIGATÓRIA.
Gostaria também de agradecer á direcção do Externato Académico, que nos continua a agraciar com o seu apoio, contribuindo grandemente para o sucesso do nosso projecto.
Como não poderia deixar de ser, tenho ainda de agradecer ao Sr. Henrique Teixeira, autor desta ideia e responsável por todo o trabalho necessário para a publicação mensal do Motoristáxi. Sem o seu trabalho e dedicação, tudo isto seria impossível.
Durante estas doze edições, foram abordados diversos temas, elaborados suplementos sobre o Táxi, dos quais gostaria de destacar "A Última Viagem de Táxi", que obteve diversas reacções todas elas muitíssimo positivas. Espreitamos os principais monumentos da cidade do Porto e vagueamos pela poesia. Visitamos o futuro através da Astrologia, um pouco "invulgar", cortesia do Professor MAYO!
O que desejo para as próximas doze edições, é que haja mais envolvimento por parte dos colegas que ainda não participam no nosso "grupo de amigos", a que se chamou Jornal Motoristáxi!
César Soares RT190

DIFÍCIL SERVIÇO

O Fernando Vieira estava na postura do Carvalhido, parou um veículo com três pessoas, só uma entrou no táxi. Tratava-se de uma senhora, em razoável estado de embriaguez, que se fazia transportar com duas grandes malas.
- Quero ir para perto da cadeia de Custóias!
Entretanto e já em viagem recebe uma chamada telefónica, (suposto namorado), que lhe estava a dar indicações sobre o local de destino. Eis que chegaram ao referido local e ela pergunta:
- Para onde me levas?
- Para onde me mandaste! Aliás já estamos no local.
- Agora mandas em mim?
- Não mando, simplesmente estou a trabalhar.
- Leva-me para um ponto de táxis. Depressa!
- Olha, está aqui um, mas não tem carros.
Deslocou-se até ao padrão, mas também não havia táxis.
- Então leva-me para o Marquês
- Tudo bem, vamos embora.
No campismo e ao verificar que estavam dois colegas, de imediato parou a viatura, recebeu a corrida e tirou as malas. O Fernando já estava saturado de a ouvir falar, a senhora não havia meio de se calar. Mas o problemático episódio iria continuar, uma vez que ambos os colegas recusaram efectuar o serviço.
A alternativa foi carregar novamente as malas e seguir novamente com a cliente. Ela telefona para a amiga que a tinha levado à postura, e assim seguiram para a rua do lugarinho.
Falaram, discutiram, zangaram-se e lá veio outra vez para o táxi.
- Leva-me daqui para fora!
- Para o Marquês?
- Não! Para Custóias.
- Então andamos a brincar? Decide de uma vez por todas para onde queres ir.
- Leva-me para Custóias, quem manda sou eu!
Seguiram para Custóias, já no local recusa-se novamente a lá ficar. (e quando se trata de pessoas embriagadas não é nada fácil)
- Olha leva-me a Braga, eu tenho dinheiro e até te pago adiantado!
- Que remédio, se tiver que te levar, eu levo-te!
Mas tudo parece complicar-se com novo diálogo próprio de quem não sabe muito bem o que quer. Foi quando o Fernando lhe disse:
- Se não sabes o que queres vou levar-te à GNR.
- Então acabou e deixa-me aqui!

Completamente exausto, o Fernando acedeu à sua vontade e deixou-a ali mesmo, no meio da estrada com as inesquecíveis grandes malas. Pouco tempo depois voltou local, mas já não estava lá ninguém.
Mas que serviço!

GRIPE A
Uma notícia publicada no Jornal de Notícias, onde dizia que as “empresas de transportes, atentas à pandemia, têm planos de contingência”. Referenciava O Metro de Lisboa, o Metro do Porto, Comboios de Portugal, Transdev, Carris, STCP, TAP e Transtejo, até aqui tudo bem.
E então o Sector dos Táxis? Está imune? Que plano para os milhares de motoristas que transportam e que plano para os milhares de clientes que são transportados em todo o País?
Não sou nada pessimista, e por isso, quero acreditar de que os nossos responsáveis estão atentos a esta situação, e que por lapso não fomos informados.

AGRADECIMENTO

Também queremos agradecer de uma forma muito especial, a todos quanto têm contribuído, para que seja possível este jornal chegar a um maior número possível de leitores.
Estou a referir-me concretamente a quem distribui.
Parece mas não é tarefa fácil! É necessário ter iniciativa própria, espírito de entreajuda, e sensibilidade para com os problemas que afectam o nosso sector. Obrigado.

SEGURANÇA
ASSALTOS
FALTAS DE PAGAMENTOS

Durante este primeiro ano abordamos este tema sete vezes, e porquê? Porque de facto é nossa convicção de que se trata de uma realidade muito séria, de um assunto que merece ser a prioridade das prioridades.
Temos consciência das dificuldades na resolução deste problema, no entanto, e uma vez que falamos da defesa e integridade física de todos os motoristas, vamos continuar a escrever sobre a nossa insegurança, dando a nossa opinião, e avançando com propostas que consideramos construtivas.

HISTÓRIAS COM UTENTES

Um dos grandes objectivos do nosso Jornal, é transmitir episódios reais que de uma forma ou de outra, todos somos protagonistas.
Foram trinta e cinco, as histórias que escrevemos durante estes doze jornais. Existe de tudo, desde as mais caricatas até às normalíssimas, mas que demonstram a nossa realidade.
Queremos a vossa colaboração, queremos contar as vossas histórias, estamos completamente disponíveis para o trabalho.

EFICAZ APARATO DA PSP

Vinte e seis de Fevereiro de 2004, por volta das vinte e uma horas, na Rua Fernandes Tomás com a Rua de Santa Catarina, entrou-me no táxi um indivíduo de raça negra, sentou-se à frente, trazia consigo duas sacas plásticas, pediu para o transportar à estação de São Bento e que "depois falava comigo".
Tratava-se de uma pessoa alta e forte, quando me diz, "depois falava comigo," já estava a pensar no que haveria de dizer, porque realmente não iria para outro lugar com aquele passageiro, uma vez que aparentemente não me oferecia confiança.
Entretanto, lá segui rumo à estação de São Bento, desci Fernandes Tomás, virei por Sá da Bandeira, Dom João I em direcção à avenida dos Aliados. Nos semáforos da Avenida (ao lado do Rivoli) tenho de parar porque está vermelho, e enquanto estamos parados passam dois carros patrulha subindo a Avenida em grande velocidade, ao ponto de eu fazer um comentário em voz alta, não obtendo qualquer reacção.
O semáforo passa para verde, arranco, e quando estou a chegar ao outro lado da Avenida (mesmo em frente ao café guarani) para meu espanto vejo uns tantos agentes policiais a mandar parar o táxi e verifico que o trânsito está cortado do lado direito por um carro patrulha. Quando paro o veículo, apercebo-me de uma quantidade de polícias de armas apontadas, fiquei sem pinta de sangue, em breves segundos pensei: Que tipo de cliente é que eu transporto? Qual vai ser a sua reacção? Muito determinados, dois agentes dirigem-se para o lado do cliente, surpreendentemente a porta abre com muita força, era um terceiro agente que não tinha visto, simultaneamente os outros dois de armas apontadas ao indivíduo, e em voz muito alta mandam-no sair de mãos no ar. Ele sai calmamente, de imediato os agentes revistam-no e algemam-no, ao mesmo tempo que um agente a meu lado diz para eu ter calma, que já está tudo resolvido.
Mais parecia um filme policial, mas não era.
Já o tinham levado, quando perguntei ao agente o que se tinha passado, "um assalto à mão armada", o meu pensamento foi logo para o tipo de pessoa que transportava, tive sorte.
Fui para a então postura da Praça da Liberdade, comentei com os colegas o episódio. E já muito mais calmo fui fazer um serviço a Campanhã. È quando a rádio táxi chama, para me dirigir à esquadra do Infante.
Fui para o local, queriam verificar se eventualmente o assaltante tinha deixado na viatura alguma arma, uma vez que não a tinham encontrado. Pessoalmente estava convicto de que não tinha atirado qualquer objecto, caso contrário teria dado por algum gesto.
Mas ainda não tinha terminado, por volta das vinte e quatro horas, fui notificado via telefone para comparecer nas instalações da polícia judiciária, onde estive a prestar declarações.
Alguns meses depois, fui convocado pelo tribunal como testemunha, o julgamento realizou-se e foi condenado.

NÃO TÊM PARA ONDE IR

Já lá vão talvez uns quinze anos.
Vou a circular livre na rua de Cedofeita, uma senhora faz-me paragem, parei, a porta de trás abriu e entram quatro crianças mais a mãe.
As idades aparentavam ser muito seguidas. A senhora diz-me que não tem para onde ir com os filhos, e pede para a levar a um local onde possam ficar pelo menos a noite.
Não calculam como fiquei, não sabia muito bem por onde começar, mas uma coisa era certa, não podia abandonar aquela dramática situação.
Como estava perto, comecei por um albergue que havia ali perto na rua da Vitória, lá fui falar com uma senhora, que acabava de me informar não ter lugares disponíveis, mas deu-me algumas indicações para onde me dirigir.
Fui a mais um local, mais outro, mais outro e nada, entretanto já faz umas três horas que ando com os clientes.
As crianças estão irrequietas, choram e precisam de comer qualquer coisa, fui arranjar umas bolachas, pão e leite, e dei-lhes, foi assim que sossegaram um pouco.
Sem conseguir resolver o problema, fui a uma esquadra da polícia e expus a situação. Depois de várias chamadas telefónicas, foi-me comunicado de que finalmente tinham encontrado um local para as crianças e a mãe ficarem.
Claro que não recebi a corrida, mas podem crer, no final estava muito feliz por dever cumprido.
Sumário
  • 1º Aniversário
  • Uma Urgência
  • Formação ao GPS
  • Parabéns Motoristáxi
  • Dificil Serviço
  • Gripe A
  • Agradecimento
  • Segurança, assaltos e faltas de pagamento
  • Histórias com utentes
  • Eficaz aparato da PSP
  • Não têm para onde ir

quarta-feira, 24 de junho de 2009

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 11

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 11


SEGURANÇA
O tema “segurança” deve de estar sempre presente no nosso quotidiano, fazendo parte de uma das principais preocupações profissionais.
E porquê? Porque os assaltos continuam, as faltas de pagamentos já são uma prática comum, e não se vê ninguém, no mínimo, a tomar posições de repúdio sobre este tipo de acções.
Infelizmente, e só quando se verifica um assalto com grave percussão (por exemplo a morte de um colega), de imediato “ todos querem mais segurança “, e também de imediato, todos os responsáveis querem ser intervenientes teóricos e candidatos ao protagonismo mediático na comunicação social.
A nossa segurança não se faz só com a montagem deste ou daquele sistema, também é indispensável a PREVENÇÃO, seria de uma boa e fácil responsabilidade, promover ao longo do ano, iniciativas de carácter pedagógico, sempre com o objectivo de alerta e formação contínua.
A Todos os responsáveis do nosso sector, que para além dos habituais almoços, jantares e outras actividades que entre si vão organizando, e que naturalmente são necessários, sejam também sensíveis ao problema da nossa segurança.
Estou completamente de acordo quando se diz, de que para tudo isto, é preciso; poder de iniciativa, poder de criatividade, poder organizativo, poder de gestão, conhecimentos e espírito cooperativista e associativista, e o mínimo de intelecto para conseguir levar a bom termo as várias tarefas que se lhes deparam. APRENDER, APRENDER SEMPRE! PELA VIDA DOS NOSSOS PROFISSONAIS.

F.P.T.
A Federação Portuguesa do Táxi, realizou no dia 30 de Maio de 2009 , na Junta de Freguesia de Santo Ildefonso, uma secção de esclarecimento destinada a todos os profissionais do sector.
O objectivo desta iniciativa foi divulgar as conclusões dos grupos de trabalho, então criados, em conformidade com o despacho nº22775/2008.
Os temas abordados foram; regime jurídico aplicável ao transporte de crianças, questões referentes à possibilidade de isenção de registo em livrete individual de controlo e por último questões referentes à alteração do regime da Formação Profissional / Certificado Profissional.
Registou uma boa participação.

A VALONGO
O nosso colega e amigo Gaspar (aquele que pára muito no bom sucessso), conta, que há já vários anos viveu um episódio, que apesar de não ser inédito, lhe ficou na memória talvez pelo estado psicológico em que o seu cliente se encontrava.
Estava na antiga postura da Avenida dos Aliados, situada no lado direito depois do café Guarani, entra um indivíduo muito de repente com muita pressa e diz:
- Por favor siga aquele táxi, não se preocupe que nada vai acontecer, mas por favor não o perca de vista.
- Muito bem vamos fazer os possíveis e sem fazer asneiras.
O referido veículo seguiu avenida acima, rua Faria Guimarães, Rua da Constituição, zona da Boavista e por aí fora. O cliente estava muito nervoso, pouco falava e não fazia ideia nenhuma para onde se dirigia. Depois de muitas voltas pela cidade, começamos a verificar uma outra direcção completamente diferente, mais concretamente para norte, e entretanto já estamos na estrada de Valongo.
Finalmente o outro táxi parou, estávamos no FLOR DA SERRA, uma boite situada na serra de Valongo, num lugar muito ermo. O cliente sai, manda esperar um minuto, e vai ter com a Senhora que estava na outra viatura, alta discussão, sapatada para trás sapatada para a frente, os dois Motoristas impávidos e serenos nos seus postos de trabalho, até que o indivíduo se dirige novamente para o táxi e pede o favor de voltar para o Porto.
De regresso, o homem que naturalmente continuava muito nervoso, começou a contar que estava em Espanha a trabalhar, para assim poder dar melhores condições à sua família, e que entretanto soube que a mulher estava a trabalhar num bar de alterne, ao principio não acreditava, mas resolveu vir a Portugal sem nada dizer, para poder ver com os seus próprios olhos. E infelizmente era verdade.


SÃO JOÃO









S. João…cravos aos molhos Na noite de S. João Se a saudade fosse pão
Manjericos pela rua Fui contigo enlouquecida Igual ao que a gente come
E no sonho dos teus olhos Na fogueira dos teus braços Na noite de S. João
Balões grandes como a lua! Abri os braços à vida ! Ninguém morria de fome!

1960 – Mira(Vila Real) 1962 - Rosa sem cravo 1965 - Saudosista (porto)


A razão não se procura Sou velhinho, S. João
Na noite de S. João Mas não nego que me afoite
- Nesta noite de loucura A ir de ramo e balão
Ter loucura é ter razão… Nos braços da tua noite

1973 . sempre (Porto) 1970 Miragaia (Porto)


Povo! Na tua fé louca Se a mensagem duma trova Na noite dos manjericos
Cantavas p’ra mão chorar! Vai inspirar quem a escuta, Vão no balão mais uns cobres
- Hoje, sem cravos na boca, S. João ! Isso é uma prova Brincamos vida de ricos
Choras de poder cantar Que a cantar também se luta Vivemos vida de pobres

1074 – Topázio 1975 - Ave Alegre 1977 – Zé do Norte


Tirado do Coleccionável “S. João do Porto” do Jornal de Notícias


Primeiro Táxi adaptado para transporte de deficientes motores do Porto










Felicitamos António Guimarães, pelo grande poder de iniciativa e de organização. Mais palavras para quê?

EM DIRECÇÃO A LISBOA

O Rui Teixeira, motorista à mais de 30 anos, conta-nos uma das vastas histórias que ao longo do tempo se lhe foi deparando.
“ Já vai à mais de vinte anos, estava na postura de Campanhã na expectativa de uma boa corrida, as viaturas que estão à sua frente vão saindo, até que fica em primeiro, mas sem que se vislumbre mais algum cliente.
No entanto, e após decorridos alguns minutos, uma Senhora já com alguma idade, entra na viatura.
- Faz o favor minha Senhora!
- Cheguei agora de Barcelos! E quero que me leve a casa de minha filha.
- Desculpe! E onde mora a sua filha?
- Sei lá, não faço ideia nenhuma, mas deve conhecê-la, é médica e chama-se Armanda. Olhe, quando estou lá em casa ela diz sempre “aqueles carros que passam ali vão em direcção a Lisboa”
- Sim, mas só isso não é o suficiente para eu saber onde mora a sua filha.
O Rui sai da viatura, conversa com um ou dois colegas e um deles dá a ideia do prédio da SIC. Chegados ao local;
- È aqui minha Senhora?
- Não, não conheço nada disto, não é aqui!
A Senhora sabia dizer o nome completo da filha, então com muita calma e paciência, e principalmente com um grande sentido de responsabilidade e sensibilidade, o referido motorista partiu à procura de uma cabina telefónica (ainda não havia telemóveis) para tentar na lista telefónica a respectiva morada.
Foi à primeira, foi à segunda e não tinham listas, voltou à rotunda da Boavista e numa das cabinas encontrou uma, procurou o nome e lá estava, nem mais nem menos o prédio da SIC, tomou nota do andar e quando chegou tocou na respectiva campainha. Atendeu uma voz feminina.
- Quem é?
- Sou motorista de táxi e transporto uma senhora que diz ser sua Mãe.
- Ai valha-me Deus, eu desço já, por favor aguarde um minuto.
Quando chegou, e depois de contar o que se estava a passar, acabou por dizer que a Mãe não lhe tinha dito nada que vinha ao Porto. Agradeceu muito ao Rui todo o trabalho e cuidado que teve com a situação. Pagou a corrida com gratificação. A senhora não tinha dinheiro.”
Um bom exemplo de profissionalismo.

VIAGEM ÀS BOMBAS
Após ter respondido a uma chamada e chegado ao local, vem um cliente já com alguma idade, com muitas dificuldades em se movimentar, aparentando ter bebido uns copitos.
Tudo isto por volta das três e trinta horas da manhã. Depois de o ter ajudado a entrar na viatura, e quando já estava instalado, diz que quer ir a umas bombas de gasolina para comprar tabaco.
Lá fomos às bombas mais próximas, pediu cigarros e um café, tudo isto nas maiores calmas do mundo até pela sua dificuldade em se movimentar, aguardei com toda a tranquilidade.
Passados longos minutos, veio para o táxi, ajudei-o a entrar e regressamos a sua casa. Já no local informei de quanto era a corrida, o senhor dá-me uma nota de dez euros, quando estou para guardar a nota, sinto que está mais uma nota e verifico.
Saí para o ajudar, deixo-o à porta de casa e entrego-lhe a nota de dez euros que estava a mais.
- Não me leva nada é ?
- O senhor deu-me uma nota a mais.
- Pronto está bem, não me quer levar nada e está a dizer que foi a mais…!

Sumário

# SEGURANÇA
# FEDERAÇÃO
# A VALONGO
# MONUMENTOS DO PORTO
# S. JOÃO DO PORTO
# TRANSPORTE DEFICIENTES
# EM DIRECÇÃO A LISBOA
# VIAGEM ÀS BOMBAS

segunda-feira, 15 de junho de 2009

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 10

JORNAL MOTORISTAXI Nº 10

SISTEMA GPS

Está a decorrer, com entusiasmo e muita dedicação o trabalho de montagem do sistema GPS na rádio táxis Invicta.
A central está montada, estão a ser introduzidos dados complementares, nomeadamente, actualização dos ficheiros com informações específicas das capacidades de cada motorista.
Cinquenta veículos já circulam com o monitor devidamente montado. No fim do mês de Junho tudo deve de estar pronto. Os meses de Julho e Agosto são dois meses para experiências, e no início de Setembro vai estar a trabalhar em pleno.
Desejamos as maiores felicidades para a total concretização dos objectivos, assim como também um voto de confiança em todo o vosso trabalho.

DUAS PERSONALIDADES

Estatura média, barba e cabelo brancos, bem vestido, bom nível cultural. Entrou no táxi e:
- È uma corrida pequena mas prefiro deixar a viatura aqui (praça Sá Carneiro) porque já bebi uns copos a mais.
- É preferível assim, até porque as multas são muito elevadas.
- Meu caro amigo, eu sou juiz e quero lá saber das multas para alguma coisa. Senhor Motorista, vamos seguir à rua Costa Cabral, entretanto eu indico o café onde quero ficar.
Seguindo as indicações do Senhor e depois de alguma conversa " da treta " chegamos ao tão desejado café, o taxímetro marcava quatro euros e tal, dá-me dez euros para a mão e…
- Fica com os dez euros na condição de me vir buscar daqui a uma hora.
- Sim Senhor !
Uma hora depois estava à porta do café, aguardei pelo senhor durante meia hora, como não apareceu, vim embora, marcando o taxímetro.
Duas semanas depois, no mesmo local o referido cliente entrou novamente na viatura:
- Mi leva aí por Costa Cabral, qui io te indico o caminho.
E sempre a imitar um sotaque espanhol.
- Eu falo bem português apesar de estar à muitos anos nos Estados Unidos.
Transportei-o para o mesmo café, mas nem lhe dirigi mais palavra. Boa noite.

Crónica

Ao passar pela Avenida dos Aliados está uma bonita estátua a invocar o autor das «Viagens da minha terra» e das «Folhas caídas», o poeta, escritor e político ALMEIDA GARRETT.
Quem sobe a praça Filipa de Lencastre, do lado direito, vê uma série de casas alinhadas e nem sonha que uma delas foi berço e residência do Bravo do Mindelo. Pelo menos, foi o que eu li algures, se bem que estou convicto que a verdade histórica não é como a verdade matemática. Res sunt, ergo cogito. As coisas são, logo penso.
João Manuel Vitorino Seixas

AS CHAVES

O Silveira efectuou uma corrida do hotel Meridien para a rua do Almada. O cliente está notoriamente embriagado. Ao chegar a casa, revela dificuldade em abrir a porta, o Motorista oferece-se para ajudar.
O porta chaves tem várias chaves e como é óbvio o Silveira não sabe qual delas é. Tenta uma, tenta duas, mas entretanto a mulher do cliente apercebe-se do barulho, vem à porta e ao ver o estado do marido, diz:
- Ò homem, estás outra vês bêbado?
- EU? BÊBADO? NÃO! BÊBADO ESTÁ O SENHOR MOTORISTA QUE NEM SABE QUAL É A CHAVE PARA ABRIR A PORTA!

UM SONHO

Dois Motoristas falavam um com o outro, e a conversa era (como não podia deixar de ser) sobre as "corridas" que tinham efectuado, e daí um deles diz:
- Ontem é que fiz um serviço, estava na estação de Campanhã, entrou-me um casal e fui para Lisboa, foi uma viagem fantástica, paramos umas três vezes para petiscar e jantar e pagaram tudo, a viagem correu muito bem.
- E quanto recebeste pela corrida?
- Pois aí é que foi o pior, quando estava para receber, a minha mulher acordou-me.

ESTUPEFACTO
O Marques estava no campo 24 de Agosto quando lhe entrou um casal para transportar a Zebreiros. Naturalmente seguiu, rua do heroísmo, rua do freixo, rotunda do freixo, e finalmente entra na marginal. A determinada altura, e percorridos alguns kilometros, ouve a voz feminina:
- Está quieto!
Não dando muita importância ao assunto, continuava a fazer o seu trabalho. Já muito perto do local a menina pede para parar e que quer ficar ali, o individuo por sua vez diz que é para seguir, e durante um ou dois minutos estão os dois naquele impasse, vai não vai, pára não pára. Até que o Motorista sem saber o que fazer estaciona a viatura e:
- Peço desculpa, não sei o que se passa, mas seria bom decidirem o que fazer.
- Senhor eu quero ficar aqui, até porque já estou a telefonar para o meu namorado para vir ter comigo a este local.
- Não vamos deixar a menina aqui sozinha, diz Ele.
É óbvio, após este diálogo, concluir de que não se tratava de um casal de namorados, nem pouco mais ou menos. Entretanto ficaram à espera do presumível namoro…
O Marques continuava no seu posto de trabalho, quando vê a chegar uma motorizada. Estaciona e de imediato se dirige com agressividade ao motorista agarra-lhe na lapela e
- Mas o que é isto? Não é nada comigo, eu não tenho nada com o que se está a passar!
- Não é com o Senhor motorista, é com este senhor.
O outro sai da viatura, dá um pontapé na moto e deita-a ao chão, e inicia-se ali uma tentativa de ajuste de contas. Mas… por obra do Espírito Santo está a passar no local uma viatura da polícia marítima, o Marques faz sinal, eles param e conta-lhes o que se está a passar. Tudo ficou calmo, e chamaram a GNR.
Longos minutos depois chegou a referida brigada,
- Então como foi o acidente?
- Ó Senhor agente não se trata de nenhum acidente, a moto está no chão porque a empurraram! ( e conta o que se está a passar)
- Sendo assim, temos de chamar outra equipe, porque este assunto não é connosco.
Mais uns largos minutos e lá chegou a brigada que finalmente iria tomar conta do caso. Identificaram todos os intervenientes , ouviram os mesmos, e eis a versão do individuo que a acompanhava ;
- Estava na paragem das camionetas, não sabia muito bem os horários, até que apareceu aquela menina e disse ainda faltar algum tempo, então convidei-a a ir ao café tomar alguma coisa, Ela aceitou, fomos conversando animadamente, entretanto regressamos ao terminal de camionagem, não se vislumbrava qualquer transporte, decidi ir de táxi para Cebolide, e que lhe dava boleia ao que Ela aceitou, foi só isto.
Tudo voltava à normalidade, o namorado foi pedir desculpa ao motorista pela sua atitude, O Agente perguntou ao Marques se queria apresentar queixa, e se queria continuar o transporte para Cebolide.
-Senhor Agente quero é que me paguem a corrida, já chega as horas que eu estou a perder.
-O Senhor tem dinheiro para pagar ao Motorista?
- Graças a Deus não me falta dinheiro! ( e puxa por um maço de notas)
- Então vamos lá, eu vou levá-lo.
E lá foram para Cebolide, pagou a corrida e durante a viagem lá foi a contar como tudo aconteceu. Mesmo assim o mais prejudicado foi o motorista que esteve retido durante umas largas três horas.

ANTÓNIO ALEIXO

O poeta António Aleixo, cauteleiro e pastor de rebanhos, cantor popular de feira em feira, pelas redondezas de Loulé (Algarve - Portugal) é um caso singular, bem digno de atenção de quantos se interessam pela poesia.Nasceu em Vila Real de Santo António a 18 de Fevereiro de 1899 e faleceu em Loulé a 16 de Novembro de 1949.Não sendo totalmente analfabeto, sabe ler e leu meia dúzia de bons livros - não é porém capaz de escrever com correcção e a sua preparação intelectual não lhe deu qualificação para poder ser considerado um poeta culto. Mas ficou sendo conhecido por o maior poeta popular (O poeta do povo).

POESIA

Vós que lá do vosso Império
prometeis um mundo novo,calai-vos,
que pode o povoqu'rer
um Mundo novo a sério.


Uma mosca sem valor
Poisa c'o a mesma alegria
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.

P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

Em não tenho vistas largas
Nem grande sabedoria
Mas dão-me as horas amargas
Lições de Filosofia.


Sumário
· Sistema GPS
· Duas Personalidades
· Crónica
· As Chaves
· Um sonho
· Estupefacto
. Antonio Aleixo

domingo, 19 de abril de 2009

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 9

JORNAL MOTORISTÁXI 9


JOVEM CASAL
Duas horas da manhã, um casal de jovens, aparentemente educados e bem vestidos, muito embora com um vasto grau de embriaguez, entraram no seu táxi após muitos colegas (compreensivelmente) se terem negado ao serviço.
-Para a cidade da Maia (diz Ela)
Vão os dois muito calmos, Ele vai distraído com o telemóvel,( dando a ideia de que vai a jogar). Já a meio do percurso
a rapariga pediu para parar porque estava muito mal e queria vomitar. O motorista parou e ajudou no necessário, o companheiro continuou com o telemóvel como nada estivesse a acontecer. Já mais calma, entrou na viatura. O condutor deu-lhe um saco plástico para qualquer outra eventualidade.
Mais alguns minutos de viagem, e uma nova paragem, a jovem continuava com problemas, estava a vomitar novamente e o Senhor tentava ajudar no possível. Mas,,, mas entretanto, o rapaz também sai para urinar e de imediato cai por uma ribanceira abaixo, o Motorista (pessoa muito consciente e paciente) diz à miúda para esperar um pouco e vai em socorro do rapaz, que estava realmente uma "lástima", ajudou-o a vir para cima. Ficou com um em cada lado, com alguma dificuldade lá os meteu no táxi.
Foram precisos uns longos minutos até conseguirem indicar onde moravam. Foram muito educados, pediram muitas desculpas por todo o trabalho que tinham dado, pagaram e lá se foram…

ASSALTOS E SEGURANÇA
O problema dos assaltos e da segurança, na verdade já não é só um problema dos táxis, infelizmente tem-se vindo a verificar em muitos outros sectores, no entanto e por força das circunstâncias sentimos a obrigação de falar especificamente do nosso.
O Março foi mais um mês farto em assaltos, uns a nível nacional devidamente noticiados pela comunicação social, outros a nível local (Porto) o qual destacamos o rt 185, que após partir da postura do S.João, foi assaltado no local de Pêgo Negro, felizmente fisicamente não teve problemas, no entanto é de salientar que após alarme dado pelas centrais, muito poucos colegas estiveram solidários.
È motivo mais que suficiente para voltarmos a falar de segurança. Conscientes da sua problemática, nomeadamente a existência de salutares divergências e elevados custos, continua a ser necessário estudar e encontrar as melhores soluções para este tão grave problema.
Fazemos um apelo à ANTRAL (a maior associação do sector) para que seja criado um grupo de trabalho local e permanente, com o objectivo de analisar todos os assaltos e posteriores medidas. PELA VIDA DOS NOSSOS PROFISSONAIS.


À CONVERSA COM…
- Ó Manel (mais conhecido por Durães), já andas nos táxis à muitos anos, naturalmente tens "montes" de histórias para contar.
- Henrique! Nesta profissão não faltam histórias.
- Então tens de contar alguma!
- Sei lá…assim de repente… estou a lembrar-me de uma que não esquece;
" Uma senhora, já com alguma idade, vinda das camionetas de Alexandre Herculano, entra no meu táxi na postura da batalha, e quer ser transportada para o Marco de Canavezes.
Durante a viagem a senhora foi contando algumas peripécias da sua vida, nomeadamente que estava a chegar da Alemanha via Lisboa.
Chegamos. Local muito agradável, com um grande lote de casas modernas e um belíssimo largo mesmo em frente. A senhora sai da viatura e diz:
- Isto que o senhor motorista está a ver é tudo meu. E agora vai aguardar um pouco que vou a casa da minha filha buscar dinheiro para lhe pagar.
Em virtude da idade da Senhora e da sua postura durante a viagem, nunca me passou pela ideia de vir a ter problemas. Mas enganei-me.
Esperei algum tempo, entretanto um vizinho diz-me que já é normal aquela situação e que os táxis acabam por ir embora. Eu não estava na disposição de me render à evidência assim com tanta facilidade e como tal, fui ao posto da GNR.
Bati à porta, atende-me um agente e quando lhe vou a contar diz Ele:
- Já sei do que se trata, essa Senhora é sempre a mesma coisa, mas a esta hora (cinco da manhã) não é possível, lá para as sete eu vou com o senhor motorista.
Após esperar duas horas, eu e o referido Agente fomos à respectiva residência, bateu à porta a primeira vez, nada, a segunda, nada, até que à terceira o guarda disse (em voz alta) para abrir a porta, e lá vem a Senhora.
- Está aqui o Motorista de táxi que quer receber a corrida!
- Ai! Adormeci, Mas eu não lhe paguei? Peço desculpa, mas de facto adormeci, eu vou pagar!
Recebi o dinheiro, fui persistente, Segundo o agente é normal a Senhora criar esta situação, Mas Porquê?"
- Estou a lembrar-me de um outro episódio que também é de salientar
" Postura do castelo do queijo, uma miúda aparentemente bem parecida, pede para ir è zona residencial de prelada, mas que era para esperar um pouco porque ia buscar a mãe para a levar ao hospital. No decorrer da viagem e depois de alguma conversa, do cheiro que transmitia, da falta de dentes etc., analisei de que se tratava de uma pessoa toxicodependente, o que me levou logo a alguma desconfiança.
Em meu entender, ficticiamente fala ao telefone dando a entender de que já não é necessário ir a casa da mãe, e diz:
- Senhor motorista já não vamos para a prelada, vamos a um outro lugar para ir buscar dinheiro para lhe pagar.
- Tudo bem menina, mas tem de me deixar algo, até pode ser o telemóvel.
- (aos berros) você está a desconfiar de mim? Olhe que nunca nenhum seu colega me fez isto! Ouviu? Você é o numero tal, isto não fica assim.
- Então vou chamar a polícia.
- (aos berros e num tom incrível) Se chamar a polícia, rasgo a minha roupa toda e digo que me queria violar e agredir.
Como devem de calcular e mesmo já com alguma experiência, fiquei completamente gelado com este tipo de comportamento. Após alguns segundos insultei-a e deixei-a ir embora, ficando sem o dinheiro da corrida.
Posteriormente verifiquei que deixou ficar alguns materiais que serviam para usar no consumo de droga. Decidi ir a uma esquadra e contar-lhes o que se passou, e o que me poderia ter acontecido se tudo se tivesse consumado. A polícia só me informou de que se Ela apresentasse uma queixa, só em julgamento o juiz teria que decidir. Ao que estamos sujeitos."


A TER EM ATENÇÃO
Um Casal de idosos, entraram na postura do Carvalhido com destino ao hospital de Santo António, até aqui tudo bem.
Já na rua de Oliveira Monteiro o Fernando apercebe-se de um barulho estranho e de imediato pára o táxi. Vê o Senhor deitado contra a porta do seu lado direito e sem sentidos ,a Senhora por sua vez, fica a chorar sem saber bem o que fazer. O motorista fica durante um ou dois segundos sem fala, mas entretanto pergunta se é para seguir urgente para o hospital a que responde afirmativamente.
Piscas ligados, buzina a tocar e em menos de quatro minutos dão entrada no serviço de urgência. O Fernando sai do táxi pede uma maca, e de imediato foi atendido.
Mas é de salientar, o agente de serviço chamar a atenção do motorista de que não podia transportar o utente naquela situação, deveria ligar para o 112. È evidente de que o mesmo lhe explicou a situação e já que estava muito perto do hospital, chamar e não chamar o 112 ainda demorava mais tempo. As pessoas que ali se encontravam apoiaram a atitude. Felizmente tudo acabou por correr bem, inclusive o referido Senhor, está a tentar contacto com o condutor para lhe agradecer.
O nosso alerta, e após este exemplo, vai no sentido da máxima atenção para estes casos, e contactar antes de mais o 112, até para ocasionalmente tirar eventuais dúvidas, e naturalmente seguir os conselhos dados por aquele organismo.


CRÓNICA
Nesta "antiga, mui nobre, sempre leal e invicta" cidade do Porto, dá-me prazer trabalhar como taxista e desfrutar da beleza paisagística reinante em diversos locais. Um desses locais é a zona da Ribeira, com a Sé Catedral lá no alto a pontificar e o Monte da Pena Ventosa e invocar os cavaleiros gauleses, como Vimara Peres e o pai do D.Afonso Henriques, o Conde D.Henrique, que, no dealbar do séc.X desembarcaram no PORTUS CALE para pelejarem e expulsarem o invasor árabe, ou, dito de um modo eufemístico, continuarem a Reconquista Cristã.
A zona da Ribeira é-me muito querida, mas devo chamar a atenção para um pormenor que, na cultura portuense, está muito difundido, e que é um erro (ou será que sou eu que estou enganado?): é que, em bom rigor, a Ponte D.Luís I não foi construída por Gustav Eiffel. Quem construiu a Ponte D.Luíz I foram os operários sob a orientação científica de engenheiros discípulos de Eiffel, pertencentes à mesma sociedade comercial de engenheiros do autor da Torre Eiffel em Paris, em meados do
séc.XIX.
João Manuel Vitorino Seixas


O NOSSO JORNAL
Em primeiro lugar, agradecer a todos quanto têm contribuído para o enriquecimento deste jornal (zinho), seja a nível cultural, seja na sua própria divulgação. De salientar a especial e frutífera colaboração do jovem César Soares a este pequeno projecto.
Desde o início do Ano estamos com uma tiragem de 500 exemplares, graças ao patrocínio do Externato Académico, só assim foi possível chegar a um maior numero de leitores, ultrapassando mesmo os nossos objectivos.
O Club Motoristáxi, que quer fomentar a; amizade, confraternização, entretenimento, uma boa ocupação dos tempos livres e contribuir para uma melhor imagem da nossa profissão, tem já algumas adesões. Estamos calmamente a criar a organização e respectivas estruturas, necessárias para iniciarmos todo o processo.
Naturalmente continuamos a aguardar a participação de todos os leitores, que para o efeito, devem fazer chegar até nós as suas histórias e episódios mais relevantes ou mesmo notícias que achem pretensiosas. BOM TRABALHO!



POEMA


JOSÉ AFONSO
(1929 – 1987)
"A Mulher da Erva"










"Velha da terra morena
Pensa que é já lua cheia
Vela que a onda condena
Feita em pedaços na areia

Saia rota
Subindo a estrada
Inda a noite
Rompendo vem
A mulher Pega na braçada
De erva fresca
Supremo bem

Canta a rola
Numa ramada
Pela estrada
Vai a mulher
Meu senhor
Nesta caminhada
Nem m'alembra
Do amanhecer

Há quem viva
Sem dar por nada
Há quem morra
Sem tal saber
Velha ardida
Velha queimada
Vende a fruta
Se queres comer

A noitinha
A mulher alcança
Quem lhe compra
Do seu manjar
Para dar
À cabrinha mansa
Erva fresca
Da cor do mar

Na calçada
Uma mancha negra
Cobriu tudo
E ali ficou
Anda, velha
Da saia preta
Flor que ao vento
No chão tombou

No Inverno
Terás fartura
Da erva fora
Supremo bem
Canta rola
Tua amargura
Manhã moça...
nunca mais vem"

SUMÁRIO:
*Jovem casal
*Assaltos e segurança
*À conversa com…
*A ter em atenção
*Crónica
*O nosso jornal
*Poema
*Monumentos

FICHA:
*Responsável: Henrique Teixeira
*Colaborador: César Soares RT 190
*motoristáxi@hotmail.com
*Tel:918554944 PORTO
*500 exemplares

SUPLEMENTO Nº 4

Taxis de Londres

O serviço de táxis Londrino, é reconhecido internacionalmente, como o melhor do mundo.Os táxis londrinos, apenas conhecidos por "cabs", são parte integrante do cenário turístico da capital britânica. Com o total de 24.000 táxis em Londres, na Inglaterra existem cerca de 70.000 dos chamados "cabs".
A sua interessante origem remonta aos longos idos tempos do período saxónico, não com rodas, mas de barco, quando os remadores do Tamisa transportavam os passageiros. No século XII, Isabel I, ao conceder-lhes mobilização terrestre, então transformados em pequenas charretes, concedeu o Alvará Real aos então chamados haquenes (vocábulo francês que significa Cavalos Irritantes e de onde deriva o termo Hackney).

Com nova promoção, esta atribuída a Oliver Cromwell, em 1643, 200 licenças foram concedidas às charretes de aluguer, às quais foi dado o nome de licenciamento, ainda hoje em vigor, de transporte de Hackney. Duzentos anos mais tarde, particularmente nas décadas de 1840 e 1850, este tipo de transporte foi alterado para veículos mais ligeiros de duas rodas e puxados por um só cavalo, e portanto de fácil condução, passando a ser chamados de cabriolet e, daí, a abreviatura "cab" que ainda hoje persiste.

Embora os "cabs" motorizados em Londres tivessem tido início em 1907, ainda circulavam 11.000 veículos a cavalo sendo a última licença a veículos desta natureza atribuída em 1947. Os condutores de táxi, em sua maioria proprietários dos veículos inscritos tanto na polícia como no Ministério do Transporte, sector largamente dominado pela etnia judaica, estão sujeitos a rigoroso exame, em vigor desde 1851, para obtenção da licença. Conhecido, simplesmente por Knowledge (Conhecimento), o curso, que leva dois anos (ou mais) de prática intensa e em tempo integral, exige aos taxistas em potencial o conhecimento detalhado da memorização de cerca de 25 mil ruas e vielas londrinas, num raio de 10km do centro.

Além disso, o examinador pode reprovar o candidato pelo simples e importante facto de, existindo uma rota mais curta e mais rápida do percurso de A para Z, seguir outro trajecto mais longo e mais demorado.

A quantidade de informação que os candidatos necessitam memorizar, é o equivalente a um curso superior. Depois de passarem por diversas fases, e de serem aprovados em todas, obtêm a licença e o distintivo, o que lhes permite exercer a actividade de Motoristas de Táxi.

Em Londres, além dos "cabs", que à semelhança de Portugal, se podem mandar parar em qualquer lado, desde que o indicador "táxi" esteja iluminado, há, igualmente, os "minicabs". Trata-se de outro meio de transporte público, geralmente mais económico, mas cujos serviços podem só ser requisitados telefonicamente a partir dos centros de atendimento das companhias controladoras e especialmente autorizadas. Porém, e optando-se por este tipo de transporte público, é importante que ao requisitar-se e depois de se indicar a origem da partida e do destino, o utente se informe, primeiro, sobre o custo do trajecto.

Compreensivelmente, os taxistas, devido à concorrência dos "minicabs", afirmam, aliás com alguma justificação, a vantagem dos táxis, devido não só à sua eficiência, mas acima de tudo, segurança. Para isso, e sempre que se entre num táxi, é notória a chapa de registo da licença, de que se deve tomar nota, nos raros casos de reclamação. Mas atenção. A chapa de registo (que se encontra no interior da secção dos passageiros), não corresponde e é diferente da matrícula! A finalizar, uma palavra de advertência.

Tanto nos aeroportos como nas estações término, abundam os chamados "touts", ou seja, os condutores ilegais que aliciam passageiros em potencial. As autoridades recomendam a recusa de tal serviço devido às irregularidades praticadas.

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 8

JORNAL MOTORISTÁXI 8

CLIENTES DIFÍCEIS

Como em qualquer outra profissão, também nós os profissionais de táxi, temos de estar minimamente preparados para os clientes difíceis.
No nosso sector, e talvez com mais gravidade no horário nocturno, até porque toda a face negativa da sociedade, e pelas mais variadas razões, frequentam muito mais a noite. A saber; os toxicodependentes, os traficantes, a prostituição e afins, os ladrões e muitas pessoas embriagadas.
Antes, durante e após a corrida, a tarefa do motorista muitas das vezes pode ser decisiva, em eventuais conflitos quer sejam grandes ou pequenos.
E para que seja possível ter algum sucesso, é absolutamente necessário; aproveitar experiências anteriores, ter uma boa dose de serenidade e tentar muito rapidamente fazer uma análise do respectivo cliente.
Como é óbvio, não é aconselhável de forma alguma, estabelecer o primeiro contacto com agressividade, antes pelo contrário, devemos transmitir respeitabilidade, se possível alguma cortesia, para assim e psicologicamente quebrar um pouco da possível hostilidade do cliente.
Não é a primeira nem será a última vez, de que um cliente qualquer provoca conflitualidades mesmo antes de entrar na viatura, depois de agir em conformidade e não sendo possível criar um clima estável, então, e para sua própria segurança, e salvaguardar a boa imagem de todos os profissionais, é necessário contactar a PSP.
A CRISE
De maneira alguma vamos fazer qualquer análise à crise internacional, seria pretensioso da nossa parte em enveredarmos por uma aventura dessas. Mas naturalmente que queremos falar do nosso sector em tempos um pouco difíceis.
Deveria ser sempre, mas principalmente nestas alturas é absolutamente necessário pensarmos de que todos têm necessidade de trabalhar de igual para igual. Afinal as dificuldades são para todos. Quem trabalha è porque precisa! Vamos deixar de ser egoístas, vamos pensar também um pouco nos outros!
Ao dar uma localização errada (a roubar) estamos a prejudicar um colega, porque se assim não fosse não teria de se localizar mal, depois temos outros pequeninos pormenores de trabalho que seria bom melhorar, Vamos tentar ser mais justos uns com os outros.

CLUB MOTORISTÁXI
Declaração de princípios para a respectiva adesão:
1º Querer fazer parte de um grupo de amigos
2º Participar no crescimento do jornal nomeadamente na sua distribuição
3º Participar na recolha de notícias
4º Participar em ideias para novas iniciativas
Trata-se de uma declaração muito simples, muito acessível, mas grande nos objectivos; Amizade, confraternização, entretenimento, boa ocupação dos tempos livres e principalmente contribuir para uma melhor imagem da nossa profissão.
Para aderir, só é necessário uma foto e contactar um dos responsáveis. Posteriormente será entregue um cartão de Membro do Club MT.

22ºANIVERSÁRIO DE RÁDIO TÁXIS INVICTA
Realizou-se no passado dia 25 de Fevereiro de 2009, na Quinta Geraldino na Maia, o 22º aniversário da rádio táxis Invicta.
Importante realçar a presença de 160 pessoas, nomeadamente representantes de entidades publicas, a ANTRAL, a FPT, e duas centrais de Lisboa.
A iniciativa decorreu com normalidade, num ambiente de festa e boa disposição, não faltando um belíssimo programa de variedades. O núcleo de amigos do jornal Motoristáxi felicita a rádio táxis invicta por mais um aniversário.
RESERVADO?
Sempre com o objectivo de contribuir para a dignificação do nosso sector, sentimos o dever de divulgar todas as histórias anómalas que nos vão fazendo chegar.
« Na zona das antas, uma senhora entra num táxi e pede para a transportar à estação de S,Bento. Motorista e cliente travam um natural diálogo. A dado momento , a Senhora pergunta:
- Existe algum suplemento especial nos carros estacionados na estação de São Bento?- Não! Mas porque pergunta?
É que quando vim, o táxi que me transportou tinha marcado 2.60 como suplemento, e perguntei ao motorista de que se tratava aquela importância, Ele respondeu-me de que a postura de São Bento estava reservada a cinco veículos , assim sendo, qualquer pessoa que entre num dos táxis tem de pagar mais o suplemento ( € 2.60).
No final da corrida a Senhora pagou, solicitou um recibo que lhe foi dado, mas sem discriminar qualquer suplemento, ou percurso.»

OPINIÃO DO LEITOR
(Informamos de que os artigos desta rubrica são da total Responsabilidade do autor)

Turno da Noite
Porque alguém me lembrou, aproveito este meio para expressar a minha indignação para algumas situações que pelos vistos existem à muito tempo e acontecem todos os dias. Trata-se das diferentes condutas seguidas pelos profissionais que exercem esta profissão. Enquanto uns (felizmente a maioria) se sujeitam a trabalhar segundo as normas da ética, do respeito e da honestidade, outros (uma minoria) não conhecem o que são estes valores e sistematicamente quebram as regras estabelecidas, fazendo postura em locais proibidos, prejudicando desta forma os próprios colegas de profissão.
Isto toda a gente sabe. Agora fixemo-nos no comportamento destes indivíduos. Durante as primeiras horas conversam connosco como se fossemos amigos de longa data, pedem informações, desejam bom trabalho, trocam impressões sobre as mais variadas questões, enfim como deveria ser sempre. Depois…depois é vê-los nas portas de tudo que é sítio.
Já outra curiosidade é quando por várias vezes os abordo para questionar tal comportamento a resposta é invariavelmente a mesma,"Sempre foi assim" "Se não for eu são outros", agora pergunto eu, antigamente atiravam-se homens às feras. havia os gladiadores, havia escravatura, as mulheres não tinham voz, e outras coisas que acabaram. O mundo evoluiu nomeadamente no relacionamento humano.
Para combater tais comportamentos, devemos e muito naturalmente, divulgar as situações, chamar a atenção dos intervenientes, e se possível promover acções pedagógicas no sentido de melhorar comportamentos menos correctos.
Um grande abraço para todos os profissionais.
Álvaro Santos Silva RT 367
HORÓSCOPO
PROFESSOR MAYO


Carneiro
De 21/3 a 20/4
Os Astros aconselham a ser cauteloso com os clientes, especialmente os que usam o cabelo azul ás riscas cor – de – rosa. Nunca se sabe o que esperar deste tipo de pessoas.
Posturas da Sorte : Nevogilde e Azevedo
Touro
De 21/4 a 21/5
Bom mês para facturar. Os nativos deste signo vão pelo menos uma vez a Lisboa. Se não forem em serviço podem sempre ir de Comboio.
Posturas da Sorte: Campanhã e São Bento
Gémeos
De 22/5 a 21/6
Com a passagem de Marte por Saturno, revelam-se totalmente desaconselháveis os serviços ao Aeroporto. Entrega-os sempre ao carro que estiver atrás de ti. Ele vai agradecer.
Posturas da Sorte: Á porta do Bingo e Passeio Alegre
Caranguejo
De 22/6 a 22/7
Fase propícia para dar largas á generosidade: não deverás cobrar qualquer suplemento durante este mês. Verás que os teus clientes se mostrarão muito mais satisfeitos.
Posturas da sorte: S. João e Carregal
Leão
De 23/7 a 22/8
Quando estiveres numa postura, pergunta sempre o signo do colega que está á tua frente. Se for Gémeos, tens duas vezes mais probabilidades de ir ao aeroporto. Não te esqueças de agradecer!
Posturas da Sorte: Bom Sucesso e Galiza
Virgem
De 23/8 a 23/9
Ultimamente tens andado muito cansado. Os astros aconselham a descansar ás Sextas – feiras. Lembra-te que já não és novo e a tua saúde precisa de muita atenção.
Posturas da Sorte: D. João I e Bolhão
Balança
De 24/9 a 23/10
Se precisares de trabalhar bem, anda trabalhar na Sexta – Feira. Forte tendência para trabalhar melhor. Os nativos de Virgem vão ficar todos em casa. Menos carros, mais trabalho.
Posturas da Sorte: Ribeira e Clérigos
Escorpião
De 24/10 a 22/11
Se os clientes começarem a reclamar por cobrares suplementos, já sabes que a culpa é dos Caranguejos, que andam armados em beneméritos e este mês andam a habituar mal os passageiros.
Posturas da Sorte: Castelo do Queijo e Infante
Sagitário
De 23/11 a 21/12
Quando estiveres numa postura e o primeiro se recusar a transportar algum cliente de cabelo azul com riscas cor – de – rosa, vai tu fazer o serviço. Os colegas de signo Carneiro assustam-se com muita facilidade!
Posturas da Sorte: Areosa e Corujeira
Capricórnio
De 22/12 a 20/1
Os astros aconselham a cumprir com rigor o código da estrada. A policia anda por aí!
Este mês é aconselhável cumprir os limites de velocidade. Na VCI, não deverás ultrapassar os 60km/hora.
Posturas da Sorte: Batalha e Sá Carneiro
Aquário
De 20/1 a 19/2
Se fores á postura de Campanhã, não estranhes se vires alguns colegas a chegar no Alfa – Pendular. São os colegas de Signo Touro, que estão a chegar de Lisboa.
Posturas da Sorte: Ouro e Campismo
Peixes
De 20/2 a 20/3
Quando estiveres a circular na VCI, repara se vês algum táxi a circular a 60km/hora ou menos. Se vires, é porque é do Signo Capricórnio, e acredita mesmo nesta tanga dos horóscopos.
Posturas da Sorte: Rotunda e Brasília

POEMA
“Posso ter defeitos, viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes mas
não esqueço de que minha vida é a
maior empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos
de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor
da própria história. É atravessar
desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da
sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã
pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios
sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma
crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir
um castelo…”

Fernando Pessoa


Sumário:
* Clientes Difíceis
* A crise
* Club Motoristáxi
* 22ºAnuversário Táxis Invicta
* Reservado?
* Opinião do Leitor
* Horóscopo
* Poema
* Táxis Londres

Ficha:
Responsável: Henrique Teixeira
Colaborador: César Soares RT 190
motoristáxi@hotmail.com
Tel:918554944 PORTO

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

JORNAL MOTORISTAXI Nº 7

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 7


PRIMEIRO 2009


Em Julho de 2008, distribuímos o primeiro número deste pequeno e humilde jornal. Dizia-mos então, “porque temos a ideia de que existe espaço suficiente para fomentar a discussão na praça publica, sobre os vastos problemas com que se vai deparando a nossa profissão, e também porque queremos contribuir para uma maior dignificação da nossa classe. E que, para além de muitos outros o nosso grande objectivo é divulgar os vários comportamentos dos nossos utentes”.

Naturalmente estamos muito aquém do desejável, mas ao longo do tempo temos vindo a dar passos muito positivos, nomeadamente na preparação de uma pequena equipa de trabalho competente, que durante o próximo ano irá dar o seu contributo.

De salientar, que este projecto, não é mais do que um “passatempo” construtivo, de uma “brincadeira”, que queremos positiva, credível e responsável. Que é realizado de motoristas para motoristas, e como tal, com as suas próprias limitações.

È óbvio que aceitamos todas as sugestões e críticas, mas desde já “desafiamos” a que apresentem propostas, que façam algo de facto, que passem da teoria para a prática. Só desta forma se pode avaliar as capacidades de cada um.

Por último, queremos esclarecer (sem desrespeitar seja quem for) de que este jornal é da responsabilidade de Henrique Teixeira, não tendo para o efeito qualquer ligação com alguma Associação do sector. UM BOM ANO.


PATROCÍNIO

O nosso jornal está cada vez maior e melhor! Nesta edição, contamos com o nosso primeiro patrocinador, o “Externato Académico”. Com este apoio, obtivemos um aumento brutal da tiragem, passando de 150 para 500 exemplares.
O núcleo deste jornal, agradece à direcção do “Externato Académico” este contributo!

Club Motoristáxi

O club Motoristáxi, é uma iniciativa a levar a cabo já no próximo mês. E então do que se trata? Muito simples! Criar um grupo de amigos do jornal, que desta forma se vão responsabilizar, não só pelo seu crescimento mas também na participação de ideias em novas actividades.

Vai haver um cartão para os amigos que queiram fazer parte do club, vai haver uma declaração de princípios para a respectiva adesão e não há cotização.

É NECESSÁRIO MAIS SENSIBILIDADE

Estava um dia de muita chuva. Um motorista está a passar pelo cemitério da foz, olha e está um senhor (80 anos) à porta, sem guarda chuva, todo molhado, abranda e pergunta se precisa de alguma coisa, o senhor entra na viatura, e diz que realmente o que queria era mesmo um táxi.

Como destino da corrida o cliente indicou as antas, entretanto tentou acomodar-se o melhor possível, pois para além de todo molhado estava com frio. Com a boa temperatura que se fazia sentir dentro do veículo, rapidamente o idoso voltava à normalidade, e foi então que disse:

- Ó meu senhor, apanhei um táxi para vir, quando cheguei pedi ao motorista se aguardava cinco minutos, porque queria voltar para o mesmo local, era só colocar um raminho de flores, deixava dinheiro e prontos, tudo seria mais fácil. Mas o condutor, que demonstrava estar muito mal humorado, respondeu-me muito alto e muito zangado, que não tinha nada que esperar. E deixou-me nesta situação.

____________________________________________________________________

Em primeiro na postura da praça da república, vê uma senhora com uma criança ao colo a dirigir-se ao táxi, entra, diz que quer ir para campanhã. Não fala mais, mas sente que está a chorar. Após um ou dois minutos o motorista pergunta se pode ajudar em alguma coisa. Foi então, que a senhora se acalmou um pouco e desabafou, dizendo:

- Eu nem quero acreditar no que me aconteceu, fui ao hospital Maria Pia com a minha filha porque está doente, apanhei um táxi para me levar a casa, no meio do caminho (rua Alvares Cabral) o respectivo condutor, sem mais nem menos, pára o táxi, e diz-me ( em voz grosseira) que tenho de sair porque tem outro serviço e não me pode levar. Paguei a corrida e saí, até estava com medo. E vim a pé até encontrar uma praça.

Estes episódios não dignificam em nada a nossa profissão antes pelo contrário. Devemos ter a coragem em denunciar estes casos, e quando possível dar a conhecer suas identidades.


OPERADORES DA INVICTA

Não é a primeira, nem será a última vez, que falamos sobre os operadores da invicta. E porquê? Porque são casos de mais, são maus de mais, para que não se deva falar. Vamos falar de um assunto muito recente, não vamos mencionar nomes nem números, para assim não se fazerem conjecturas erradas sobre seja quem for.

“ Mais ou menos à meia-noite e meia o operador chama uma viatura a Sá Carneiro para o restaurante Scala. Quem está em primeiro responde. O operador, após alguns segundos de espera, informa que não quer a referida viatura e pede uma outra. O motorista rejeitado, naturalmente fica indignado uma vez saber que não existem motivos para tal.
Entretanto, quem vai efectuar o serviço, tenta indagar junto da cliente o que se passa, quando a cliente diz não ter feito qualquer observação em relação a quem ia ou não fazer o serviço. O motorista lesado vai ao canal chamado de “apoio” e expõe ao operador a situação. O mesmo pede muita desculpa, mas tinha feito confusão com outro condutor.
Primeiro; ao pedir desculpas, teria de o fazer no canal de serviço, para assim todos poderem constatar de que se tratou de um engano e não fazerem juízos de valor errados. Segundo; não pode um operador de sua livre vontade não enviar um carro pensando que… O operador só deve seguir as indicações do cliente e nas respectivas chamadas. Não pode ficar em memória até porque o motorista (em casos concretos) eventualmente pode ser outro.”

Consideramos este caso muito grave, porque tem a ver com a própria dignidade das pessoas em questão, e com o bom profissionalismo. Não pode levianamente o operador ter estas atitudes, E quando isso acontecer deve ser emitido um pedido de desculpas no canal de serviço. Este procedimento é passível de acção judicial.


FILMES - VIAGENS DE TÁXI

Não são filmes contados nem inventados! É um fenómeno cada vez mais na moda, que me deixa particularmente preocupado. São os vídeos amadores, normalmente filmados através de telemóveis com câmara, no interior dos táxis e publicados posteriormente na Internet. São já alguns os colegas do Porto, que têm a sua imagem publicada na Internet, sem seu consentimento. A táctica é simples; enquanto estão disfarçadamente a filmar, vão dando largas á imaginação, puxando conversa com o motorista, á espera do primeiro deslize que este possa ter, para depois se divertirem a colocar na Internet, com comentários de gozo e mal intencionados.
Fiquei admirado com o número de filmagens, que se podem encontrar num determinado site da Internet. As filmagens a que me refiro, são feitas no interior das viaturas, do Norte ao Sul do país, com maior incidência em Lisboa e Porto.
Importante salientar que a publicação deste tipo de vídeo, sem que haja o cuidado de ocultar a identidade do motorista, é uma prática ilegal.
Contudo, como é algo que pode passar despercebido, é aconselhável muito cuidado com a postura adoptada, e com aquilo que se possa eventualmente dizer, não vá estar algum telemóvel perverso, a registar qualquer comentário menos feliz, que possa em determinado contexto surgir durante a conversa!
Esta situação, não é obviamente calamitosa ou problemática, mas é algo que se pode evitar, a fim de impedir a propagação de uma imagem negativa dos motoristas de táxi.
César Soares RT190




Rua de Cedofeita, 104 e 122
Apartado 5264 – 4050-173 Porto
Telefone: 22 205 48 97
Fax: 22 208 65 68
E-mail: externatoacadémico@hotmail.com
Homepage: http://www.externatoacadémico.com/


UMA NOITE NEGRA

Um dia destes, à conversa com um nosso colega e amigo, que por coincidência raramente nos encontramos, desafiei o mesmo a escrever uma história da sua vida como motorista de táxi.

- Ó Henrique, é verdade que todos temos muitos bons episódios para contar, mas também é verdade que quando nos pedem uma situação destas, não vem logo à ideia. E depois a falta de disposição, de motivação, os problemas, a saturação da própria profissão, etc..

- Mas o participar neste passatempo, até pode ser terapêutico. Vai naturalmente obrigar a sair da rotina, obrigar positivamente ao esforço intelectual, eu até diria, acordar para a vida real tal qual ela é, vasta em problemas.

- Por acaso até me estou a lembrar dum episódio mais ou menos recente e que me marcou de certa forma.

“ Estava precisamente na postura da corujeira, entrou um indivíduo de cor, fisicamente bem constituído, relativamente bem vestido, e bem falante.

Pediu para ir a um determinado café e esperar um pouco, após alguns minutos voltou e pediu para passar numa estação de serviço, aguardei mais uns minutos até que voltou novamente. Agora queria ir para a rua de campo alegre para uma discoteca ali existente. Queria que eu fosse beber um copo com Ele, ao que respondi que não era meu hábito, e muito principalmente quando estou a trabalhar.

- Então o Senhor vai esperar por mim!

- O Senhor não tem necessidade de estar a pagar o táxi, paga-me e depois chama um outro veículo. Até porque eu tenho de ir trabalhar.

. Enquanto espera por mim, você está a trabalhar, eu estou a pagar!

O homem foi para dentro, o taxímetro já estava com uma conta muito elevada, já tinha passado uma hora e meia e nunca mais vinha. Decidi ir falar com o segurança, contei-lhe o que se estava a passar, se me deixava entrar para falar com a respectiva pessoa.

Já lá dentro, vi-o no meio da pista a dançar com um copo na mão, fui ter com Ele e disse-lhe para me pagar que queria ir embora. Na sua conversa senti que de facto iria ter problemas, dirigi-me novamente ao segurança do referido estabelecimento e expliquei-lhe o ponto da situação, nomeadamente que me parecia que nem dinheiro teria para pagar a despesa no estabelecimento. Entretanto são quatro horas da manhã, está na hora do fecho, e paga a despesa por cartão. Por incrível só tinha mesmo dinheiro para a despesa.

Voltamos para o táxi, e a primeira observação, foi à elevada quantia que marcava o taxímetro, foi então que lhe lembrei de que não tinha necessidade de reter ali o carro, porque podia ter chamado um outro.

- E agora? vamos para a polícia porque você não tem dinheiro para me pagar.

- Nada disso ,vamos a minha casa, que tenho lá dinheiro.

Seguimos para sua casa na corujeira, fui com Ele a casa, mostrou-me quarenta euros que dava para pagar a corrida. Não só não me pagou, como me disse para seguirmos para a esquadra da polícia.

Na esquadra, e após contar tudo o que se tinha passado, inclusive de que já tinha dinheiro para pagar, mas que não queria pagar, a polícia informou-me de que não podia obrigar o mesmo a pagar, e por esse motivo só tinha de apresentar queixa.

A queixa foi formalizada, o indivíduo ficou na esquadra para averiguações, uma vez ser estrangeiro. E até hoje não recebi a referida corrida, nem tão pouco qualquer informação sobre a queixa apresentada. Foi de facto uma noite negra.”


GPS NA INVICTA CENTRAL

Todo o processo para aprovação da instalação do sistema GPS na rádio táxis Invicta, foi moroso, foi divergente, foi (muitas vezes) mal compreendido. Mas graças à persistência, eu até diria, ao elevado grau de profissionalismo da actual direcção, foi possível ultrapassar todas essas vicissitudes.

Ao que nos foi dado a saber, no próximo mês vão ter inicio as primeiras instalações dos respectivos aparelhos. Tendo como objectivo o mês de Junho/Julho, a central operar já com o novo sistema.

Naturalmente, e dizemos nós, tudo se irá processar inicialmente, com prazos de experiência e adaptação. Não se espera tarefa fácil para os responsáveis, assim como também para os utilizadores, é necessário um tempo real para uma boa aprendizagem, e principalmente a compreensão de todos.

Alguns meses depois, o benefício vai ser geral e finalmente vamos ver a central, trabalhar mais e melhor, e… com mais credibilidade.

SUMÁRIO
*Primeiro 2009
*Patrocínio
*Club Motoristéxi
*Mais Sensibilidade
*Operadores Invicta
*Filmes - Viagens Táxi
*Uma noite Negra
*Gps na Invicta Central

FICHA

*Respons: Henrique Teixeira
*Colabor: César Soares rt190
*motoristáxi@hotmail.com
*Tel: 918554944
*Porto

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

SUPLEMENTO Nº 3


“A Última Viagem de Táxi”

A belíssima história que se segue, é um relato de um serviço de táxi, feito por um ex-motorista de nacionalidade Brasileira, mais concretamente de Belo Horizonte, Capital de Minas Gerais.
Recebemos este e-mail, por cortesia da nossa colega Rosa de Fátima RT 265. A ela o nosso agradecimento! Após alguma pesquisa na internet, foi possível apurar que a autoria deste texto é de Luiz Antônio Rasseli (Dom Rico), do site www.rico.com.br.

Eis a versão original:

Houve um tempo em que eu ganhava a vida como motorista de táxi. Os passageiros embarcavam totalmente anônimos. E, às vezes, me contavam episódios de suas vidas, suas alegrias e suas tristezas...
Encontrei pessoas que me surpreenderam. Mas, NENHUMA como aquela da noite de 25 para 26 de julho do último ano em que trabalhei na praça!
Havia recebido, já tarde da noite, uma chamada vinda de um pequeno prédio de tijolinhos, em uma rua tranqüila do subúrbio de Belo Horizonte, capital das Minas Gerais.
Quando cheguei ouvia latidos de cachorros ao longe. O prédio às escuras, com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo.
Nestas circunstâncias, talvez outros teriam buzinado duas ou três vezes, esperariam só um pouco e, então, iriam embora.
Mas, eu sabia que muitas pessoas dependiam de táxis como único meio de transporte a tal hora. A não ser, portanto, que a situação fosse claramente perigosa, eu sempre esperava...
“Este passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda”, pensei.
Assim, fui até a porta e bati.
“Um minutinho”, respondeu uma voz débil e idosa.
Ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão...
Depois de uma pausa longa, a porta abriu-se. Vi-me então diante de uma senhora bem idosa, pequenina e de frágil aparência!
Usava um vestido estampado e um chapéu bizarro, daqueles usados pelas senhoras idosas nos filmes da década de 40! E se equilibrava numa bengala, enquanto segurava com dificuldade uma pequena mala...
Dava para ver que a mobília estava toda coberta com lençóis. Não havia relógios, roupas ou adornos sobre os móveis. Num canto jazia uma caixa aberta com fotografias e vidros...
A velha senhora, esboçando então um tímido sorriso de quem havia já perdido todos os dentes, pediu-me:
“O senhor poderia me ajudar com a mala?”
Eu peguei a mala e ajudei-a caminhar lentamente até o carro. E enquanto se acomodava ela ficou me agradecendo...
“Não é nada, apenas procuro tratar meus passageiros do jeito que gostaria que tratassem minha velha mãe...”
“Oh! Você é um bom rapaz!”
Quando embarcamos, deu-me um endereço e pediu:
“O senhor poderia ir pelo centro da cidade?”
“Este não é o trajeto mais curto", alertei-a prontamente.
“Eu não me importo... Não estou com pressa... Meu destino é o último! O asilo dos velhos...”
Surpreso, eu olhei pelo retrovisor. Os olhos da velhinha brilhavam marejados...
“Eu não tenho mais família e o médico me disse que tenho muito pouco tempo...”
Disfarçadamente desliguei o taxímetro e perguntei:
“Qual o caminho que a senhora deseja que eu tome?”
Nas horas seguintes nós dirigimos por toda a cidade. Ela mostrou-me o edifício na Praça Sete em que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista...
Nós passamos pelas cercanias em que ela e o esposo tinham vivido como recém-casados.
E também pela Igrejinha de São Francisco, na Pampulha, onde comemoraram Bodas de Ouro!
Ela me pediu que passasse em frente a uma loja de móveis na região da Praça da Liberdade, que havia sido um grande salão de dança que ela freqüentara quando mocinha!
De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina.
Era quando ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada... E olhava.
Olhava e suspirava...
E assim rodamos a noite inteira...
Quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, ela disse de repente:
“Estou cansada... e pronta! Vamos agora!”
Seguimos, então, em silêncio, para o endereço que ela havia me dado.
Chegamos a um prédio rodeado de árvores, uma pequena casa de repouso.
Dois atendentes caminharam até o táxi, assim que paramos. Eram amáveis e atentos e logo se acercaram da velha senhora, a quem pareciam esperar.
Eu abri o porta-malas do carro e levei a pequena valise até a porta. A senhora, já sentada em uma cadeira de rodas, perguntou-me então pelo custo da corrida.
“Quanto lhe devo?”, ela perguntou, pegando a bolsa.
“Nada!”, eu disse.
“Você tem que ganhar a vida, meu jovem”
“Há outros passageiros”, respondi.
Quase sem pensar, curvei-me e dei-lhe um abraço. Ela me envolveu comovidamente e devolveu-me com um beijo afetuoso e repleto da mais pura e genuína gratidão! E disse:
“Você deu a esta velhinha bons momentos de alegria, como não tinha há tanto tempo... Só Deus é quem sabe o quanto você fez por mim! Obrigada, MEU AMIGO! Mil vezes obrigada!”
Jornal Motoristáxi – Suplemento nº 3Apertei sua mão pela última vez e caminhei no lusco-fusco da alvorada sem olhar para trás, pois as lágrimas corriam-me abundantes pela face...
Atrás de mim uma porta foi fechada.
Era o som do término de uma vida...
Naquele dia não peguei mais passageiros.
Dirigi sem rumo, perdido nos meus pensamentos. Mal podia falar.
Dois dias depois tomei coragem e voltei no asilo para ver como estava minha mais nova amiga.
Disseram-me, então, que na noite anterior adormecera para sempre, em paz e feliz...
E fiquei a pensar, se a velhinha tivesse pegado um motorista mal-educado e raivoso...
Ou, então, algum que estivesse ansioso para terminar seu turno...
Oh, Deus! E se eu houvesse recusado a corrida? Ou tivesse buzinado uma vez e ido embora?
Ao relembrar, creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida, até então!
Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas giram em torno de grandes momentos.

Todavia, os GRANDES MOMENTOS frequentemente nos pegam desprevenidos e ficam guardados em recantos que quase todo mundo considera sem importância... quando nos damos conta... já passou!



AS PESSOAS PODEM NÃO LEMBRAR EXATAMENTE O QUE VOCÊ FEZ, OU O QUE VOCÊ DISSE...

MAS, ELAS SEMPRE LEMBRARÃO COMO VOCÊ AS FEZ SENTIREM-SE!

PORTANTO, VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA!

PENSE NISTO!!!

OS IDOSOS DE HOJE, SOMOS NÓS AMANHÃ!