JORNAL MOTORISTÁXI Nº 28
VAMOS FAZER O QUE AINDA NÃO FOI FEITO !
SEGURANÇA: Muitos assaltos e muitas faltas de pagamentos de serviços prestados. O que fazer? Pré pagamento nos táxis, e muita prevenção.
O CAP: Existe falta de profissionais no nosso sector. O que fazer? È necessário diminuir consideravelmente os custos dos cursos. É possível. Existe boa gente a ganhar muito dinheiro. È preciso alterar metodologia das aulas. Os formadores são para ensinar e não para branquear tempo. Os formadores devem ser independentes.
POSTURAS DE TÀXIS: Muitas vezes queremos estacionar numa postura e não podemos. O que fazer? Por intermédio dos muitos e muitos responsáveis que felizmente possuímos, devemos denunciar e exigir, constantemente e não uma vez de dois em dois anos, medidas para a resolução do problema.
SINALIZAÇÃO DE OBRAS: Todas as obras na cidade do Porto estão perigosamente muito mal sinalizadas. O que fazer? Exigir aos muitos e muitos responsáveis e representantes do sector, que intercedam ( de modo convincente) junto dos respectivos serviços da Câmara Municipal, e nas Assembleias Municipais, no sentido de resolver este gravíssimo problema.
MAIS VALE PREVENIR DO QUE REMEDIAR
O episódio que vamos passar a descrever tem a ver com um outro que publicamos no jornal anterior .
Mas antes disso, gostaria de lembrar que quando falamos em prevenção é de facto uma realidade que devemos ter em conta, temos obrigação de tomar os devidos cuidados, e muito principalmente quando se trate de grandes serviços.
De um sábado para domingo, na postura do Conde Ferreira, um indivíduo perguntou ao nosso colega José Mourão RT 118, se estaria interessado em fazer um serviço, mais para a noite, a Macedo de Cavaleiros. Claro que o referido motorista de imediato deu o seu contacto, ficando desta forma a aguardar o telefonema.
Às 02.30 horas recebe uma chamada para ir ao Campo 24 de Agosto, a fim de realizar o serviço a Macedo de Cavaleiros.
A cliente, alta, magra, cabelo curto meio louro, entre os 20/25 anos de idade, 3 sinais na testa do lado esquerdo, entra na viatura e diz:
- Senhor motorista, então é para Macedo de Cavaleiros, vou buscar a minha irmã e voltamos para o Porto.
Seguiram viagem, durante o percurso falaram muito, e foi dizendo que a irmã estava com muitos problemas em casa dos pais e por isso lhe pediu para a ir buscar. Ao José Mourão não levantou qualquer suspeita e diz estar sempre tranquilo.
Chegados ao local, Ela vai indicando o caminho a seguir, ao mesmo tempo fala com a irmã com o telemóvel em voz alta, de forma ao motorista ouvir toda a conversa.
E de facto existe ali um momento de algum pânico, uma vez que depois de combinarem um lugar onde vinha ter com o táxi, chegados lá ainda não tinha chegado. Entretanto aparece um BMW vermelho atrás do táxi, ela diz ser o irmão, esconde-se e manda seguir.
- Eles descobriram que vinha buscar a minha irmã, já não temos hipótese.
- Menina não quero complicações.
- Não se preocupe, ele está a ver é se me vê, vamos para o Porto, tenho que vir cá numa outra altura.
Regressaram e a corrida terminou no 24 de Agosto.
- Senhor motorista, olhe e peço desculpa mas não trouxe o cartão multibanco para levantar dinheiro, e agora tenho de esperar pelo meu marido, porque está a chegar da feira.
Entretanto, e ainda dentro da viatura, está a falar com o marido ao telefone, e o mesmo diz que ainda demora cerca de uma hora, para esperar um pouco.
O motorista diz que são 238.00 euros mais as portagens, ela responde que até lhe dá os 250.00 euros.
Após uma hora o José Mourão foi à morada indicada, ligou para o número de telemóvel mas ninguém atendeu. Era de esperar, Ficou sem o dinheiro.
Nota: Quem foi buscar a irmã foi o Joaquim Carvalho que também não recebeu a corrida.
O bom funcionamento dos sistemas de despacho para centrais de táxi depende do rigor da informação obtida pelos elementos que os constituem.
Cada vez mais, o grau de exigência dos nossos clientes é mais elevado.
Não devemos ceder na QUALIDADE do nosso serviço.
Temos de trabalhar no sentido de valorizar o sector, tentando implantar padrões altos de QUALIDADE e EXIGÊNCIA.
Todas as prioridades devem ser SINÓNIMO DE QUALIDADE.
BREVES
||| Continua a verificar-se um grande numero de clientes que não aparecem aos serviços solicitados à rádio táxis. Qual será o motivo? È necessário analisar a situação.
||| Nos serviços de “Ofertas” o uso de “voz” continua a ser excessivo. O tempo de entrega é muito longo.
||| Cada vez mais, a TRIAGEM que deveria ser feita nas chamadas recebidas, tem razão de ser.
||| As interferências desnecessárias por parte de alguns (e sempre os mesmos) motoristas à central, é uma realidade.
||| A entrada nas posturas manuais, tem causado atritos entre colegas, pela falta de honestidade de alguns, e principalmente pela falta de operacionalidade do sistema.
||| A saída de posturas manuais, também tem contribuído para alguns atritos, nomeadamente no tempo que a central tem que disponibilizar para informar a viatura em infracção e auscultar quem informa, falta de operacionalidade do sistema
QUALIDADE NA OFERTA
Todo o tipo de trabalho que se pretende fazer, é sempre e só, na base da quantidade. “bota pra’lá” “ para quem é…Basta”. Normalmente e de uma maneira geral, é só para mostrar serviço.
Porque não proporcionar aos nossos clientes um serviço com qualidade?
Todos nós, no dia a dia, recebemos queixas da forma como são atendidos, uns com razão outros não.
È frequente,
; -Senhor motorista o que se passa na central porque estou à dez minutos a ligar e ninguém me atente?
;- Senhor motorista, quem está a atender as chamadas na central, porque fui muito mal atendida, a pessoa é muito mal educada, não volto a ligar para esta central .
:- Senhor motorista porque demorou tanto tempo ?
:- Senhor motorista hoje entrei num táxi todo porco, cheirava mal, tive que sair antes do meu destino porque não aguentava.
Isto e muito mais, ouve-se diariamente.
O QUE È PRECISO?... QUALIDADE DE SERVIÇO.
Todos os responsáveis tem obrigação de dar a sua quota parte, no incentivo ( e exemplo), para iniciar um trabalho de oferta com qualidade e exigência, não só para dignificar a imagem da nossa profissão, mas também para um melhor servir os clientes.
Obs: COM UMAS SIMPLES FOTO CÕPIAS SE PODE FAZER ACÇÕES PEDAGÓGICAS
UM AGRADÁVEL MOMENTO COMO MOTORISTA DE TÁXI
Passava da meia noite e meia, quando respondi a um serviço.
Na porta, já estava à minha espera um jovem, muito educado, bem vestido, que em bom português, pediu para esperar só um minuto.
Liguei o taxímetro, e depois de aguardar uns escassos dois a três minutos, vem um casal, pais do referido jovem.
O senhor estava aparentemente debilitado, não sei dizer a sua idade, mas atiro para os setenta e qualquer coisa.
-- O senhor por favor podia-nos levar ao largo do padrão aos enfermeiros reunidos?
-- Sim senhor, está muito bem,
Durante o percurso e dialogando com o filho, constatei de que eram Angolanos.
Chegados ao local, pediram o favor para esperar um pouco, pois só iam tratar de uma “situação” (expressão usada).
Não demoraram cinco minutos, estavam de regresso.
-- Então já resolveram a situação?
-- Não senhor, temos de ir à clínica do Bonfim, que está aberta toda a noite.
-- Mas está com algum problema?
-- É o meu pai que está mal disposto, diz que não consegue fazer a digestão.
Seguimos para a clínica, quando chegamos pagaram a corrida, ficaram com o meu contacto para quando estivessem prontos os ir buscar.
Esperei que entrassem, até que verifico de que continuam á porta, saí da viatura e perguntei se a porta não abria.
-- Disseram que estava aberto 24 horas por dia, mas está aqui um aviso de que encerra às 22.00 horas.
-- Eu também pensei que estava de serviço 24 horas.
-- E agora? O senhor motorista leve-nos a uma casa de saúde que esteja de serviço, o meu pai não quer ir ao hospital.
-- Então, talvez à casa de saúde da Boavista, que tem serviço de urgências.
-- Se faz o favor, vamos a essa casa de saúde.
Chegamos às urgências, o filho sai da viatura e vai falar com a recepcionista, volta para vir buscar o pai, e este pede um segundo para dialogarem. Como senti que não estavam muito à vontade em falar na minha presença, discretamente saí do volante e vim fora fumar um cigarro.
Uns minutos depois:
-- Senhor motorista, peço desculpa mas o meu pai diz que já não quer ir à consulta, porque se está a sentir melhor, por graça até está a dizer que foi de sair de casa.
-- Meu caro amigo por mim está tudo bem, vamos embora.
Foi á recepção explicar o que se estava a passar. Entretanto e já com o filho dentro do táxi, a senhora que até ali não tinha falado disse:
-- O senhor desculpe, mas o meu marido quer fazer-lhe um pedido. Pode ser?
-- Esteja à vontade, faça o favor.
-- Tenha paciência, eu estou a sentir-me muito melhor, talvez de ter sido de sair de casa e passear um pouco, sabe, a idade não perdoa. E como estou a gostar muito da sua companhia queria pedir-lhe o favor se podíamos ir dar um passeio pela cidade do Porto.
O filho estava radiante, tudo foi diferente dali para a frente, o pai estava uma outra pessoa, muito bem disposto, começou a contar histórias da sua vida, que em tempos tinha estado na cidade do Porto e que se lembrava bem de alguns locais, que fez questão de passar e recordar.
Ao longo de três horas, fomos pela foz, marginal, paramos numas bombas para tomar café, e alguns pontos da cidade a seu pedido.
Dialogamos muito, o senhor revelou uma cultura extraordinária, uma experiência de vida riquíssima, e um humor recheado de inteligência.
Chegamos a sua casa e diz:
-- Em primeiro lugar quero agradecer esta “consulta”, pois conseguiu forma de eu me sentir muito bem, não foi preciso ir ao médico. O senhor proporcionou-me uma noite como já não me lembrava de ter, gostei muito da nossa conversa, do consenso de opiniões que conseguimos transmitir, foi de facto um prazer.
Meus caros amigos, para mim além do prazer que tive, foi naturalmente um privilégio conhecer e conversar com uma pessoa tão distinta, dando a entender um grande conhecimento e outrora com responsabilidades no seu país. UM BOM MOMENTO.
SUMÁRIO
VAMOS FAZER O QUE AINDA NÃO FOI FEITO !
SEGURANÇA: Muitos assaltos e muitas faltas de pagamentos de serviços prestados. O que fazer? Pré pagamento nos táxis, e muita prevenção.
O CAP: Existe falta de profissionais no nosso sector. O que fazer? È necessário diminuir consideravelmente os custos dos cursos. É possível. Existe boa gente a ganhar muito dinheiro. È preciso alterar metodologia das aulas. Os formadores são para ensinar e não para branquear tempo. Os formadores devem ser independentes.
POSTURAS DE TÀXIS: Muitas vezes queremos estacionar numa postura e não podemos. O que fazer? Por intermédio dos muitos e muitos responsáveis que felizmente possuímos, devemos denunciar e exigir, constantemente e não uma vez de dois em dois anos, medidas para a resolução do problema.
SINALIZAÇÃO DE OBRAS: Todas as obras na cidade do Porto estão perigosamente muito mal sinalizadas. O que fazer? Exigir aos muitos e muitos responsáveis e representantes do sector, que intercedam ( de modo convincente) junto dos respectivos serviços da Câmara Municipal, e nas Assembleias Municipais, no sentido de resolver este gravíssimo problema.
MAIS VALE PREVENIR DO QUE REMEDIAR
O episódio que vamos passar a descrever tem a ver com um outro que publicamos no jornal anterior .
Mas antes disso, gostaria de lembrar que quando falamos em prevenção é de facto uma realidade que devemos ter em conta, temos obrigação de tomar os devidos cuidados, e muito principalmente quando se trate de grandes serviços.
De um sábado para domingo, na postura do Conde Ferreira, um indivíduo perguntou ao nosso colega José Mourão RT 118, se estaria interessado em fazer um serviço, mais para a noite, a Macedo de Cavaleiros. Claro que o referido motorista de imediato deu o seu contacto, ficando desta forma a aguardar o telefonema.
Às 02.30 horas recebe uma chamada para ir ao Campo 24 de Agosto, a fim de realizar o serviço a Macedo de Cavaleiros.
A cliente, alta, magra, cabelo curto meio louro, entre os 20/25 anos de idade, 3 sinais na testa do lado esquerdo, entra na viatura e diz:
- Senhor motorista, então é para Macedo de Cavaleiros, vou buscar a minha irmã e voltamos para o Porto.
Seguiram viagem, durante o percurso falaram muito, e foi dizendo que a irmã estava com muitos problemas em casa dos pais e por isso lhe pediu para a ir buscar. Ao José Mourão não levantou qualquer suspeita e diz estar sempre tranquilo.
Chegados ao local, Ela vai indicando o caminho a seguir, ao mesmo tempo fala com a irmã com o telemóvel em voz alta, de forma ao motorista ouvir toda a conversa.
E de facto existe ali um momento de algum pânico, uma vez que depois de combinarem um lugar onde vinha ter com o táxi, chegados lá ainda não tinha chegado. Entretanto aparece um BMW vermelho atrás do táxi, ela diz ser o irmão, esconde-se e manda seguir.
- Eles descobriram que vinha buscar a minha irmã, já não temos hipótese.
- Menina não quero complicações.
- Não se preocupe, ele está a ver é se me vê, vamos para o Porto, tenho que vir cá numa outra altura.
Regressaram e a corrida terminou no 24 de Agosto.
- Senhor motorista, olhe e peço desculpa mas não trouxe o cartão multibanco para levantar dinheiro, e agora tenho de esperar pelo meu marido, porque está a chegar da feira.
Entretanto, e ainda dentro da viatura, está a falar com o marido ao telefone, e o mesmo diz que ainda demora cerca de uma hora, para esperar um pouco.
O motorista diz que são 238.00 euros mais as portagens, ela responde que até lhe dá os 250.00 euros.
Após uma hora o José Mourão foi à morada indicada, ligou para o número de telemóvel mas ninguém atendeu. Era de esperar, Ficou sem o dinheiro.
Nota: Quem foi buscar a irmã foi o Joaquim Carvalho que também não recebeu a corrida.
O bom funcionamento dos sistemas de despacho para centrais de táxi depende do rigor da informação obtida pelos elementos que os constituem.
Cada vez mais, o grau de exigência dos nossos clientes é mais elevado.
Não devemos ceder na QUALIDADE do nosso serviço.
Temos de trabalhar no sentido de valorizar o sector, tentando implantar padrões altos de QUALIDADE e EXIGÊNCIA.
Todas as prioridades devem ser SINÓNIMO DE QUALIDADE.
BREVES
||| Continua a verificar-se um grande numero de clientes que não aparecem aos serviços solicitados à rádio táxis. Qual será o motivo? È necessário analisar a situação.
||| Nos serviços de “Ofertas” o uso de “voz” continua a ser excessivo. O tempo de entrega é muito longo.
||| Cada vez mais, a TRIAGEM que deveria ser feita nas chamadas recebidas, tem razão de ser.
||| As interferências desnecessárias por parte de alguns (e sempre os mesmos) motoristas à central, é uma realidade.
||| A entrada nas posturas manuais, tem causado atritos entre colegas, pela falta de honestidade de alguns, e principalmente pela falta de operacionalidade do sistema.
||| A saída de posturas manuais, também tem contribuído para alguns atritos, nomeadamente no tempo que a central tem que disponibilizar para informar a viatura em infracção e auscultar quem informa, falta de operacionalidade do sistema
QUALIDADE NA OFERTA
Todo o tipo de trabalho que se pretende fazer, é sempre e só, na base da quantidade. “bota pra’lá” “ para quem é…Basta”. Normalmente e de uma maneira geral, é só para mostrar serviço.
Porque não proporcionar aos nossos clientes um serviço com qualidade?
Todos nós, no dia a dia, recebemos queixas da forma como são atendidos, uns com razão outros não.
È frequente,
; -Senhor motorista o que se passa na central porque estou à dez minutos a ligar e ninguém me atente?
;- Senhor motorista, quem está a atender as chamadas na central, porque fui muito mal atendida, a pessoa é muito mal educada, não volto a ligar para esta central .
:- Senhor motorista porque demorou tanto tempo ?
:- Senhor motorista hoje entrei num táxi todo porco, cheirava mal, tive que sair antes do meu destino porque não aguentava.
Isto e muito mais, ouve-se diariamente.
O QUE È PRECISO?... QUALIDADE DE SERVIÇO.
Todos os responsáveis tem obrigação de dar a sua quota parte, no incentivo ( e exemplo), para iniciar um trabalho de oferta com qualidade e exigência, não só para dignificar a imagem da nossa profissão, mas também para um melhor servir os clientes.
Obs: COM UMAS SIMPLES FOTO CÕPIAS SE PODE FAZER ACÇÕES PEDAGÓGICAS
UM AGRADÁVEL MOMENTO COMO MOTORISTA DE TÁXI
Passava da meia noite e meia, quando respondi a um serviço.
Na porta, já estava à minha espera um jovem, muito educado, bem vestido, que em bom português, pediu para esperar só um minuto.
Liguei o taxímetro, e depois de aguardar uns escassos dois a três minutos, vem um casal, pais do referido jovem.
O senhor estava aparentemente debilitado, não sei dizer a sua idade, mas atiro para os setenta e qualquer coisa.
-- O senhor por favor podia-nos levar ao largo do padrão aos enfermeiros reunidos?
-- Sim senhor, está muito bem,
Durante o percurso e dialogando com o filho, constatei de que eram Angolanos.
Chegados ao local, pediram o favor para esperar um pouco, pois só iam tratar de uma “situação” (expressão usada).
Não demoraram cinco minutos, estavam de regresso.
-- Então já resolveram a situação?
-- Não senhor, temos de ir à clínica do Bonfim, que está aberta toda a noite.
-- Mas está com algum problema?
-- É o meu pai que está mal disposto, diz que não consegue fazer a digestão.
Seguimos para a clínica, quando chegamos pagaram a corrida, ficaram com o meu contacto para quando estivessem prontos os ir buscar.
Esperei que entrassem, até que verifico de que continuam á porta, saí da viatura e perguntei se a porta não abria.
-- Disseram que estava aberto 24 horas por dia, mas está aqui um aviso de que encerra às 22.00 horas.
-- Eu também pensei que estava de serviço 24 horas.
-- E agora? O senhor motorista leve-nos a uma casa de saúde que esteja de serviço, o meu pai não quer ir ao hospital.
-- Então, talvez à casa de saúde da Boavista, que tem serviço de urgências.
-- Se faz o favor, vamos a essa casa de saúde.
Chegamos às urgências, o filho sai da viatura e vai falar com a recepcionista, volta para vir buscar o pai, e este pede um segundo para dialogarem. Como senti que não estavam muito à vontade em falar na minha presença, discretamente saí do volante e vim fora fumar um cigarro.
Uns minutos depois:
-- Senhor motorista, peço desculpa mas o meu pai diz que já não quer ir à consulta, porque se está a sentir melhor, por graça até está a dizer que foi de sair de casa.
-- Meu caro amigo por mim está tudo bem, vamos embora.
Foi á recepção explicar o que se estava a passar. Entretanto e já com o filho dentro do táxi, a senhora que até ali não tinha falado disse:
-- O senhor desculpe, mas o meu marido quer fazer-lhe um pedido. Pode ser?
-- Esteja à vontade, faça o favor.
-- Tenha paciência, eu estou a sentir-me muito melhor, talvez de ter sido de sair de casa e passear um pouco, sabe, a idade não perdoa. E como estou a gostar muito da sua companhia queria pedir-lhe o favor se podíamos ir dar um passeio pela cidade do Porto.
O filho estava radiante, tudo foi diferente dali para a frente, o pai estava uma outra pessoa, muito bem disposto, começou a contar histórias da sua vida, que em tempos tinha estado na cidade do Porto e que se lembrava bem de alguns locais, que fez questão de passar e recordar.
Ao longo de três horas, fomos pela foz, marginal, paramos numas bombas para tomar café, e alguns pontos da cidade a seu pedido.
Dialogamos muito, o senhor revelou uma cultura extraordinária, uma experiência de vida riquíssima, e um humor recheado de inteligência.
Chegamos a sua casa e diz:
-- Em primeiro lugar quero agradecer esta “consulta”, pois conseguiu forma de eu me sentir muito bem, não foi preciso ir ao médico. O senhor proporcionou-me uma noite como já não me lembrava de ter, gostei muito da nossa conversa, do consenso de opiniões que conseguimos transmitir, foi de facto um prazer.
Meus caros amigos, para mim além do prazer que tive, foi naturalmente um privilégio conhecer e conversar com uma pessoa tão distinta, dando a entender um grande conhecimento e outrora com responsabilidades no seu país. UM BOM MOMENTO.
SUMÁRIO
- Vamos fazer o que ainda não foi feito
- Mais vale prevenir do que remediar
- Qualidade de serviços
- Breves
- Cartoons
- Um bom momento como motorista de táxi
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