segunda-feira, 30 de julho de 2012

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 32


Assaltos

Nos últimos tempos têm-se verificado alguns assaltos a motoristas de táxi, com contornos algo invulgares, especialmente nos três casos perpetrados por um indivíduo, agora detido, que ameaçou, assaltou e roubou as viaturas, tendo inclusivamente sequestrado dois dos motoristas durante algumas horas. Num dos casos, o indivíduo pegou fogo ao táxi, tendo o proprietário encontrado a viatura completamente carbonizada . Já a sua última tentativa, não lhe correu tão bem como as anteriores. De facto, a última vitima, momentos antes de ser ameaçado, desconfiando de que algo não estaria dentro da normalidade, accionou o sistema “Táxi Seguro”. Já com a viatura imobilizada, o gatuno desliga a viatura, tira a chave da ignição e após obrigar o motorista a abandonar a viatura passa para o volante e arranca a toda a velocidade com o táxi, longe de imaginar que o carro estava já a ser monitorizado pelas autoridades.
Como seria de prever, poucos minutos depois, já a viatura se encontrava imobilizada e o indivíduo detido, em flagrante, pela Polícia de Segurança Pública, que teve neste caso um papel fundamental, tendo agido rápida e eficazmente. Posteriormente, este criminoso foi identificado pelas duas primeiras vítimas. Segundo se sabe, encontra-se actualmente a aguardar julgamento em prisão preventiva. 
J.M.
                             

Táxi Seguro

Como todos sabemos, este é um sistema de segurança montado nas viaturas aderentes, com GPS e ligação directa á Polícia. Apesar das muitas opiniões relativamente a este projecto, na prática este tem-se revelado bastante útil, quando accionado em situações de emergência. O relato do artigo anterior é demonstrativo do quanto este sistema nos poderá ser útil em situações semelhantes. Eventualmente, não será 100% eficaz em todas as situações, mas estamos convictos que esta ferramenta poderá revelar-se uma possível solução para alguns dos problemas de segurança que afectam os motoristas de táxi!


                              
A NOSSA INSEGURANÇA


A segurança continua a ser um tema obrigatoriamente abordado por todos nós, pois trata-se nem mais nem menos da nossa integridade física, psicológica e moral.
Sempre foi difícil uma  eventual resolução para este problema, actualmente e motivado pela crise que todos nós atravessamos, mais dificuldades se deparam na discussão de possíveis e melhores sistemas de segurança.
Actualmente existe em muitas viaturas o Táxi Seguro, que devemos tirar o melhor proveito possível, accionando o referido sistema, sempre que seja perceptível alguma confusão.
A PREVENÇÃO é e vai continuar a ser a nossa melhor defesa. Não nos iludirmos com as grandes corridas, cuidado com os locais mais complicados, estudar com atenção o comportamento dos passageiros.
OBS: Não fazem mais montagem do sistema Táxi Seguro, Porquê? Um bom assunto para os responsáveis tentarem resolver.

GPS

 O GPRS - Serviço de Rádio de Pacote Geral é uma tecnologia que aumenta as taxas de transferência de dados nas redes GSM existentes. Esta permite o transporte de dados por pacotes (Comutação por pacotes). Sendo assim, o GPRS oferece uma taxa de transferência de dados muito mais elevada que as taxas de transferência das tecnologias anteriores, que usavam comutação por circuito, que eram em torno de 12kbps. Já o GPRS, em situações ideais, pode ultrapassar a marca dos 170kbps. No entanto na prática, essa taxa está em torno dos 40 kbps.
Diferente das tecnologias de Comutação de Circuitos, que é um modo no qual uma conexão (ou circuito) é estabelecida do ponto de origem da transferência de dados ao destino e os recursos da rede são dedicados por toda a duração da chamada (ou até que o usuário interrompa a conexão), no GPRS o serviço é ”sempre ativo”, ou seja, ele é um modo no qual os recursos somente são atribuídos a um usuário quando for necessário enviar ou receber dados. Esta técnica permite que vários usuários compartilhem os mesmos recursos, aumentando assim a capacidade da rede e permitindo uma gerência razoavelmente eficiente dos recursos. Isto permite às operadoras GPRS disponibilizar acesso à Internet móvel em alta velocidade e a um custo razoável, pois a cobrança é feita pela quantidade de pacotes de dados transmitidos e não pelo tempo de conexão à rede.
Compatibilidade com a Internet
De início, GPRS permite uma funcionalidade completa no que se refere a Internet Móvel por disponibilizar interoperabilidade entre a Internet existente e as novas redes GPRS. Qualquer serviço atualmente utilizado na Internet - FTP, navegação na Web, chat, email, telnet - estará disponível através da rede móvel com o GPRS. Na verdade, muitas operadoras estão considerando a oportunidade de usar GPRS como forma de ajudar a se tornarem Provedores de Serviço Internet. A World Wide Web está se tornando a primeira escolha das pessoas que desejam acessar a Internet para entretenimento e coleta de informações, a intranet para acessar informações da companhia e conexão com colegas de trabalho e a extranet para acessar clientes e fornecedores. Tudo isso deriva da World Wide Web com o intuito de conectar comunidades com interesses diversos. Há uma tendência em se armazenar informações localmente por meio de pacotes de software específicos e acessar essas informações remotamente, via Internet. Quando você quer verificar sua programação de tarefas ou contatos, ao invés de usar algo semelhante ao software “Act!”, você pode ir a um site semelhante a um portal na Internet. Assim, navegação na Web é uma aplicação importante para GPRS. Como os protocolos em uso são os mesmos, as redes GPRS podem ser encaradas como sub-redes da Internet e os telefones GPRS-compatíveis podem ser vistos como nós móveis dessa rede. Isso significa que cada terminal GPRS pode potencialmente ter seu próprio endereço IP e ser endereçável por isso.



 RECEPCIONISTAS DE HOTÉIS

U
ma cliente com malas, entra num táxi e pede o favor de a transportar à estação do metro, e no seguimento de uma pequena conversa, Ela diz que vai para o aeroporto.
- Então e porque não vai de táxi ?
- Na recepção do hotel pediram-me 30 euros por um táxi para o aeroporto.
- Minha senhora, para levá-la ao aeroporto o máximo dará 20 euros.
- Se for esse preço, faz o favor de seguir para o aeroporto.
E o motorista foi ao aeroporto, e naturalmente que lhe explicou o porquê de a recepção lhe
pedir 30 euros, é que dez euros são precisamente para o recepcionista que por sua vez telefona para o táxi de conveniência.

A
 partir das quatro horas da manhã é normalíssimo vermos táxis à porta dos hotéis com o taxímetro ligado durante 20 e 30 minutos. E porquê?
Porque se foram contratados pelos recepcionistas para fazerem um aeroporto às cinco horas, e para que o taxímetro possa marcar os tais aproximadamente 30 euros, têm que começar a contar muito mais cedo, só assim é que se pode dar as tais “luvas” aos recepcionistas.
TODOS SABEMOS QUE È ASSIM. Porque se continua a querer credibilizar este tipo de pessoas? E o que dizem Eles do nosso sector? Como nos classificam? Infelizmente este assunto (GRAVÍSSIMO) para muitos dos nossos responsáveis continua a ser TABU e a maioria das vezes por interesses.
Pura e simplesmente, dizem que sabem que é assim mas que nada se pode fazer.
 Mas quando se trata do ELO MAIS FRACO, que eventualmente cometa, um pequenino erro que seja, está logo a ser chamado à atenção e a maioria das vezes a ser penalizado..







QUEM DEFENDE OS MOTORISTAS ?

U
m motorista que trabalha  diariamente 12 horas nocturnas, ( e porque todos temos consciência de que o trabalho nocturno é muito mais penalizador do que o diurno), quando é convocado para as 16.00 horas por uma central, por diversas situações, que até podemos desenvolver e explorar futuramente, como classificar este tipo de convocatórias? Naturalmente por uma grande falta de respeito e sensibilidade para com os mesmos.

“Mas isto foi sempre assim” dizia à dias um colega.
 
Mas não tem que ser sempre assim, não podemos querer evoluir só numas coisas e noutras não.

Temos e devemos criar as melhores condições, temos e devemos  de aprender com os erros do passado, temos e devemos ser solidários uns com os outros.

Estamos a falar no contributo da nossa própria segurança e dos passageiros. Já basta as 12 horas consecutivas sem qualquer descanso, à que deixar e  incentivar  um bom descanso, para assim proporcionar um melhor e mais tranquilo novo turno.

È grave e vale sempre a pena alertar para esta e outras questões.






VENÂNCIO PINHO. 44 anos como motorista.
Pessoa estimada por todos os colegas, com uma vastíssima experiência de vida, nomeadamente do sector táxis.
Para o nosso jornal também é importante dar a palavra aos chamados “ da velha guarda”,  para marcar presença e fazer a história.
Ao conversar com o Senhor Venâncio e lhe solicitamos um pequeno episódio, de imediato foi um desenrolar de pequenos acontecimentos, alguns já com dezenas de anos.

A LISBOA
Já lá vão muitos anos, foi em 88/89, estava na postura da rotunda da Boavista, eram 04,30 horas da manhã, entrou um individuo com os seus 23/25 anos de idade, pediu para o transportar a Lisboa. Tudo bem.
Que ia fazer um contracto de trabalho para o estrangeiro, param para o pequeno almoço e o senhor Venâncio pagou, no final faziam contas.
Já em Lisboa, e a pedido do cliente foram à esquadra da Amadora  para um primo lhe dar dinheiro para a corrida, o mesmo não estava de serviço.
Não tinha dinheiro para pagar, ficou registado para liquidar mais tarde. O referido motorista, na altura sem dinheiro para poder regressar, teve de recorrer a uma irmã ali residente. Mais tarde ainda foi tentar receber a corrida a um outro primo que trabalhava no hospital militar, mas não deu mais resposta.

UM PASSEIO
Foi em 68/69, em primeiro da postura da batalha, responde pelo telefone fixo instalado na referida postura, para o hotel do Porto.
Entra uma senhora ( chapéu de aba larga, e uma rede que cobria o rosto, como se usava) e pediu para a transportar para a foz. Já no local pediu para parar virado para o mar, e ali estiveram durante cinco minutos sem falar.
Mandou seguir e mais adiante onde acaba o rio e começa o mar, mandou parar novamente, mais cinco minutos e sem falar.
Novamente mandou seguir, mas para o hotel. Quando transitavam mais ou menos em Cedofeita, a cliente que seguia mesmo atrás do motorista, debruça-se no acento com a mão direita. agarra pelo pescoço do condutor e dá-lhe um grande beijo na face, è claro que o senhor Venâncio ficou surpreendido, Ela fez um comentário, chegaram ao hotel e pagou a corrida. Nada mais.



PRESSIONAR


È o taxímetro, é o rádio táxis, é o GPS, e ainda o telemóvel, com tudo isto, naturalmente que os profissionais de táxi quando no exercício das suas funções, necessitam de cuidados redobrados, nomeadamente de uma grande concentração.

“SIGA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL”  “QUANTO TEMPO DEMORA?”  “AINDA DEMORA MUITO?”  São frases muito e muito frequentes via rádio táxis, e a maioria das vezes com um tom de voz, ameaçador.

Com isto estão a PRESSIONAR os motoristas.

Altera o seu sistema nervoso, aumenta o stress, diminui as suas capacidades, diminui a segurança.

Esta pressão só muito excepcionalmente se deveria colocar. E sempre com o cuidado e respeito que a situação merece. 



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