quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

JORNAL MOTORISTAXI Nº 7

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 7


PRIMEIRO 2009


Em Julho de 2008, distribuímos o primeiro número deste pequeno e humilde jornal. Dizia-mos então, “porque temos a ideia de que existe espaço suficiente para fomentar a discussão na praça publica, sobre os vastos problemas com que se vai deparando a nossa profissão, e também porque queremos contribuir para uma maior dignificação da nossa classe. E que, para além de muitos outros o nosso grande objectivo é divulgar os vários comportamentos dos nossos utentes”.

Naturalmente estamos muito aquém do desejável, mas ao longo do tempo temos vindo a dar passos muito positivos, nomeadamente na preparação de uma pequena equipa de trabalho competente, que durante o próximo ano irá dar o seu contributo.

De salientar, que este projecto, não é mais do que um “passatempo” construtivo, de uma “brincadeira”, que queremos positiva, credível e responsável. Que é realizado de motoristas para motoristas, e como tal, com as suas próprias limitações.

È óbvio que aceitamos todas as sugestões e críticas, mas desde já “desafiamos” a que apresentem propostas, que façam algo de facto, que passem da teoria para a prática. Só desta forma se pode avaliar as capacidades de cada um.

Por último, queremos esclarecer (sem desrespeitar seja quem for) de que este jornal é da responsabilidade de Henrique Teixeira, não tendo para o efeito qualquer ligação com alguma Associação do sector. UM BOM ANO.


PATROCÍNIO

O nosso jornal está cada vez maior e melhor! Nesta edição, contamos com o nosso primeiro patrocinador, o “Externato Académico”. Com este apoio, obtivemos um aumento brutal da tiragem, passando de 150 para 500 exemplares.
O núcleo deste jornal, agradece à direcção do “Externato Académico” este contributo!

Club Motoristáxi

O club Motoristáxi, é uma iniciativa a levar a cabo já no próximo mês. E então do que se trata? Muito simples! Criar um grupo de amigos do jornal, que desta forma se vão responsabilizar, não só pelo seu crescimento mas também na participação de ideias em novas actividades.

Vai haver um cartão para os amigos que queiram fazer parte do club, vai haver uma declaração de princípios para a respectiva adesão e não há cotização.

É NECESSÁRIO MAIS SENSIBILIDADE

Estava um dia de muita chuva. Um motorista está a passar pelo cemitério da foz, olha e está um senhor (80 anos) à porta, sem guarda chuva, todo molhado, abranda e pergunta se precisa de alguma coisa, o senhor entra na viatura, e diz que realmente o que queria era mesmo um táxi.

Como destino da corrida o cliente indicou as antas, entretanto tentou acomodar-se o melhor possível, pois para além de todo molhado estava com frio. Com a boa temperatura que se fazia sentir dentro do veículo, rapidamente o idoso voltava à normalidade, e foi então que disse:

- Ó meu senhor, apanhei um táxi para vir, quando cheguei pedi ao motorista se aguardava cinco minutos, porque queria voltar para o mesmo local, era só colocar um raminho de flores, deixava dinheiro e prontos, tudo seria mais fácil. Mas o condutor, que demonstrava estar muito mal humorado, respondeu-me muito alto e muito zangado, que não tinha nada que esperar. E deixou-me nesta situação.

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Em primeiro na postura da praça da república, vê uma senhora com uma criança ao colo a dirigir-se ao táxi, entra, diz que quer ir para campanhã. Não fala mais, mas sente que está a chorar. Após um ou dois minutos o motorista pergunta se pode ajudar em alguma coisa. Foi então, que a senhora se acalmou um pouco e desabafou, dizendo:

- Eu nem quero acreditar no que me aconteceu, fui ao hospital Maria Pia com a minha filha porque está doente, apanhei um táxi para me levar a casa, no meio do caminho (rua Alvares Cabral) o respectivo condutor, sem mais nem menos, pára o táxi, e diz-me ( em voz grosseira) que tenho de sair porque tem outro serviço e não me pode levar. Paguei a corrida e saí, até estava com medo. E vim a pé até encontrar uma praça.

Estes episódios não dignificam em nada a nossa profissão antes pelo contrário. Devemos ter a coragem em denunciar estes casos, e quando possível dar a conhecer suas identidades.


OPERADORES DA INVICTA

Não é a primeira, nem será a última vez, que falamos sobre os operadores da invicta. E porquê? Porque são casos de mais, são maus de mais, para que não se deva falar. Vamos falar de um assunto muito recente, não vamos mencionar nomes nem números, para assim não se fazerem conjecturas erradas sobre seja quem for.

“ Mais ou menos à meia-noite e meia o operador chama uma viatura a Sá Carneiro para o restaurante Scala. Quem está em primeiro responde. O operador, após alguns segundos de espera, informa que não quer a referida viatura e pede uma outra. O motorista rejeitado, naturalmente fica indignado uma vez saber que não existem motivos para tal.
Entretanto, quem vai efectuar o serviço, tenta indagar junto da cliente o que se passa, quando a cliente diz não ter feito qualquer observação em relação a quem ia ou não fazer o serviço. O motorista lesado vai ao canal chamado de “apoio” e expõe ao operador a situação. O mesmo pede muita desculpa, mas tinha feito confusão com outro condutor.
Primeiro; ao pedir desculpas, teria de o fazer no canal de serviço, para assim todos poderem constatar de que se tratou de um engano e não fazerem juízos de valor errados. Segundo; não pode um operador de sua livre vontade não enviar um carro pensando que… O operador só deve seguir as indicações do cliente e nas respectivas chamadas. Não pode ficar em memória até porque o motorista (em casos concretos) eventualmente pode ser outro.”

Consideramos este caso muito grave, porque tem a ver com a própria dignidade das pessoas em questão, e com o bom profissionalismo. Não pode levianamente o operador ter estas atitudes, E quando isso acontecer deve ser emitido um pedido de desculpas no canal de serviço. Este procedimento é passível de acção judicial.


FILMES - VIAGENS DE TÁXI

Não são filmes contados nem inventados! É um fenómeno cada vez mais na moda, que me deixa particularmente preocupado. São os vídeos amadores, normalmente filmados através de telemóveis com câmara, no interior dos táxis e publicados posteriormente na Internet. São já alguns os colegas do Porto, que têm a sua imagem publicada na Internet, sem seu consentimento. A táctica é simples; enquanto estão disfarçadamente a filmar, vão dando largas á imaginação, puxando conversa com o motorista, á espera do primeiro deslize que este possa ter, para depois se divertirem a colocar na Internet, com comentários de gozo e mal intencionados.
Fiquei admirado com o número de filmagens, que se podem encontrar num determinado site da Internet. As filmagens a que me refiro, são feitas no interior das viaturas, do Norte ao Sul do país, com maior incidência em Lisboa e Porto.
Importante salientar que a publicação deste tipo de vídeo, sem que haja o cuidado de ocultar a identidade do motorista, é uma prática ilegal.
Contudo, como é algo que pode passar despercebido, é aconselhável muito cuidado com a postura adoptada, e com aquilo que se possa eventualmente dizer, não vá estar algum telemóvel perverso, a registar qualquer comentário menos feliz, que possa em determinado contexto surgir durante a conversa!
Esta situação, não é obviamente calamitosa ou problemática, mas é algo que se pode evitar, a fim de impedir a propagação de uma imagem negativa dos motoristas de táxi.
César Soares RT190




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UMA NOITE NEGRA

Um dia destes, à conversa com um nosso colega e amigo, que por coincidência raramente nos encontramos, desafiei o mesmo a escrever uma história da sua vida como motorista de táxi.

- Ó Henrique, é verdade que todos temos muitos bons episódios para contar, mas também é verdade que quando nos pedem uma situação destas, não vem logo à ideia. E depois a falta de disposição, de motivação, os problemas, a saturação da própria profissão, etc..

- Mas o participar neste passatempo, até pode ser terapêutico. Vai naturalmente obrigar a sair da rotina, obrigar positivamente ao esforço intelectual, eu até diria, acordar para a vida real tal qual ela é, vasta em problemas.

- Por acaso até me estou a lembrar dum episódio mais ou menos recente e que me marcou de certa forma.

“ Estava precisamente na postura da corujeira, entrou um indivíduo de cor, fisicamente bem constituído, relativamente bem vestido, e bem falante.

Pediu para ir a um determinado café e esperar um pouco, após alguns minutos voltou e pediu para passar numa estação de serviço, aguardei mais uns minutos até que voltou novamente. Agora queria ir para a rua de campo alegre para uma discoteca ali existente. Queria que eu fosse beber um copo com Ele, ao que respondi que não era meu hábito, e muito principalmente quando estou a trabalhar.

- Então o Senhor vai esperar por mim!

- O Senhor não tem necessidade de estar a pagar o táxi, paga-me e depois chama um outro veículo. Até porque eu tenho de ir trabalhar.

. Enquanto espera por mim, você está a trabalhar, eu estou a pagar!

O homem foi para dentro, o taxímetro já estava com uma conta muito elevada, já tinha passado uma hora e meia e nunca mais vinha. Decidi ir falar com o segurança, contei-lhe o que se estava a passar, se me deixava entrar para falar com a respectiva pessoa.

Já lá dentro, vi-o no meio da pista a dançar com um copo na mão, fui ter com Ele e disse-lhe para me pagar que queria ir embora. Na sua conversa senti que de facto iria ter problemas, dirigi-me novamente ao segurança do referido estabelecimento e expliquei-lhe o ponto da situação, nomeadamente que me parecia que nem dinheiro teria para pagar a despesa no estabelecimento. Entretanto são quatro horas da manhã, está na hora do fecho, e paga a despesa por cartão. Por incrível só tinha mesmo dinheiro para a despesa.

Voltamos para o táxi, e a primeira observação, foi à elevada quantia que marcava o taxímetro, foi então que lhe lembrei de que não tinha necessidade de reter ali o carro, porque podia ter chamado um outro.

- E agora? vamos para a polícia porque você não tem dinheiro para me pagar.

- Nada disso ,vamos a minha casa, que tenho lá dinheiro.

Seguimos para sua casa na corujeira, fui com Ele a casa, mostrou-me quarenta euros que dava para pagar a corrida. Não só não me pagou, como me disse para seguirmos para a esquadra da polícia.

Na esquadra, e após contar tudo o que se tinha passado, inclusive de que já tinha dinheiro para pagar, mas que não queria pagar, a polícia informou-me de que não podia obrigar o mesmo a pagar, e por esse motivo só tinha de apresentar queixa.

A queixa foi formalizada, o indivíduo ficou na esquadra para averiguações, uma vez ser estrangeiro. E até hoje não recebi a referida corrida, nem tão pouco qualquer informação sobre a queixa apresentada. Foi de facto uma noite negra.”


GPS NA INVICTA CENTRAL

Todo o processo para aprovação da instalação do sistema GPS na rádio táxis Invicta, foi moroso, foi divergente, foi (muitas vezes) mal compreendido. Mas graças à persistência, eu até diria, ao elevado grau de profissionalismo da actual direcção, foi possível ultrapassar todas essas vicissitudes.

Ao que nos foi dado a saber, no próximo mês vão ter inicio as primeiras instalações dos respectivos aparelhos. Tendo como objectivo o mês de Junho/Julho, a central operar já com o novo sistema.

Naturalmente, e dizemos nós, tudo se irá processar inicialmente, com prazos de experiência e adaptação. Não se espera tarefa fácil para os responsáveis, assim como também para os utilizadores, é necessário um tempo real para uma boa aprendizagem, e principalmente a compreensão de todos.

Alguns meses depois, o benefício vai ser geral e finalmente vamos ver a central, trabalhar mais e melhor, e… com mais credibilidade.

SUMÁRIO
*Primeiro 2009
*Patrocínio
*Club Motoristéxi
*Mais Sensibilidade
*Operadores Invicta
*Filmes - Viagens Táxi
*Uma noite Negra
*Gps na Invicta Central

FICHA

*Respons: Henrique Teixeira
*Colabor: César Soares rt190
*motoristáxi@hotmail.com
*Tel: 918554944
*Porto