quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

SUPLEMENTO Nº 3


“A Última Viagem de Táxi”

A belíssima história que se segue, é um relato de um serviço de táxi, feito por um ex-motorista de nacionalidade Brasileira, mais concretamente de Belo Horizonte, Capital de Minas Gerais.
Recebemos este e-mail, por cortesia da nossa colega Rosa de Fátima RT 265. A ela o nosso agradecimento! Após alguma pesquisa na internet, foi possível apurar que a autoria deste texto é de Luiz Antônio Rasseli (Dom Rico), do site www.rico.com.br.

Eis a versão original:

Houve um tempo em que eu ganhava a vida como motorista de táxi. Os passageiros embarcavam totalmente anônimos. E, às vezes, me contavam episódios de suas vidas, suas alegrias e suas tristezas...
Encontrei pessoas que me surpreenderam. Mas, NENHUMA como aquela da noite de 25 para 26 de julho do último ano em que trabalhei na praça!
Havia recebido, já tarde da noite, uma chamada vinda de um pequeno prédio de tijolinhos, em uma rua tranqüila do subúrbio de Belo Horizonte, capital das Minas Gerais.
Quando cheguei ouvia latidos de cachorros ao longe. O prédio às escuras, com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo.
Nestas circunstâncias, talvez outros teriam buzinado duas ou três vezes, esperariam só um pouco e, então, iriam embora.
Mas, eu sabia que muitas pessoas dependiam de táxis como único meio de transporte a tal hora. A não ser, portanto, que a situação fosse claramente perigosa, eu sempre esperava...
“Este passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda”, pensei.
Assim, fui até a porta e bati.
“Um minutinho”, respondeu uma voz débil e idosa.
Ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão...
Depois de uma pausa longa, a porta abriu-se. Vi-me então diante de uma senhora bem idosa, pequenina e de frágil aparência!
Usava um vestido estampado e um chapéu bizarro, daqueles usados pelas senhoras idosas nos filmes da década de 40! E se equilibrava numa bengala, enquanto segurava com dificuldade uma pequena mala...
Dava para ver que a mobília estava toda coberta com lençóis. Não havia relógios, roupas ou adornos sobre os móveis. Num canto jazia uma caixa aberta com fotografias e vidros...
A velha senhora, esboçando então um tímido sorriso de quem havia já perdido todos os dentes, pediu-me:
“O senhor poderia me ajudar com a mala?”
Eu peguei a mala e ajudei-a caminhar lentamente até o carro. E enquanto se acomodava ela ficou me agradecendo...
“Não é nada, apenas procuro tratar meus passageiros do jeito que gostaria que tratassem minha velha mãe...”
“Oh! Você é um bom rapaz!”
Quando embarcamos, deu-me um endereço e pediu:
“O senhor poderia ir pelo centro da cidade?”
“Este não é o trajeto mais curto", alertei-a prontamente.
“Eu não me importo... Não estou com pressa... Meu destino é o último! O asilo dos velhos...”
Surpreso, eu olhei pelo retrovisor. Os olhos da velhinha brilhavam marejados...
“Eu não tenho mais família e o médico me disse que tenho muito pouco tempo...”
Disfarçadamente desliguei o taxímetro e perguntei:
“Qual o caminho que a senhora deseja que eu tome?”
Nas horas seguintes nós dirigimos por toda a cidade. Ela mostrou-me o edifício na Praça Sete em que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista...
Nós passamos pelas cercanias em que ela e o esposo tinham vivido como recém-casados.
E também pela Igrejinha de São Francisco, na Pampulha, onde comemoraram Bodas de Ouro!
Ela me pediu que passasse em frente a uma loja de móveis na região da Praça da Liberdade, que havia sido um grande salão de dança que ela freqüentara quando mocinha!
De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina.
Era quando ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada... E olhava.
Olhava e suspirava...
E assim rodamos a noite inteira...
Quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, ela disse de repente:
“Estou cansada... e pronta! Vamos agora!”
Seguimos, então, em silêncio, para o endereço que ela havia me dado.
Chegamos a um prédio rodeado de árvores, uma pequena casa de repouso.
Dois atendentes caminharam até o táxi, assim que paramos. Eram amáveis e atentos e logo se acercaram da velha senhora, a quem pareciam esperar.
Eu abri o porta-malas do carro e levei a pequena valise até a porta. A senhora, já sentada em uma cadeira de rodas, perguntou-me então pelo custo da corrida.
“Quanto lhe devo?”, ela perguntou, pegando a bolsa.
“Nada!”, eu disse.
“Você tem que ganhar a vida, meu jovem”
“Há outros passageiros”, respondi.
Quase sem pensar, curvei-me e dei-lhe um abraço. Ela me envolveu comovidamente e devolveu-me com um beijo afetuoso e repleto da mais pura e genuína gratidão! E disse:
“Você deu a esta velhinha bons momentos de alegria, como não tinha há tanto tempo... Só Deus é quem sabe o quanto você fez por mim! Obrigada, MEU AMIGO! Mil vezes obrigada!”
Jornal Motoristáxi – Suplemento nº 3Apertei sua mão pela última vez e caminhei no lusco-fusco da alvorada sem olhar para trás, pois as lágrimas corriam-me abundantes pela face...
Atrás de mim uma porta foi fechada.
Era o som do término de uma vida...
Naquele dia não peguei mais passageiros.
Dirigi sem rumo, perdido nos meus pensamentos. Mal podia falar.
Dois dias depois tomei coragem e voltei no asilo para ver como estava minha mais nova amiga.
Disseram-me, então, que na noite anterior adormecera para sempre, em paz e feliz...
E fiquei a pensar, se a velhinha tivesse pegado um motorista mal-educado e raivoso...
Ou, então, algum que estivesse ansioso para terminar seu turno...
Oh, Deus! E se eu houvesse recusado a corrida? Ou tivesse buzinado uma vez e ido embora?
Ao relembrar, creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida, até então!
Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas giram em torno de grandes momentos.

Todavia, os GRANDES MOMENTOS frequentemente nos pegam desprevenidos e ficam guardados em recantos que quase todo mundo considera sem importância... quando nos damos conta... já passou!



AS PESSOAS PODEM NÃO LEMBRAR EXATAMENTE O QUE VOCÊ FEZ, OU O QUE VOCÊ DISSE...

MAS, ELAS SEMPRE LEMBRARÃO COMO VOCÊ AS FEZ SENTIREM-SE!

PORTANTO, VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA!

PENSE NISTO!!!

OS IDOSOS DE HOJE, SOMOS NÓS AMANHÃ!

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 6

JORNAL MOTORISTÁXI Nº 6





FELIZ NATAL



SITUAÇÃO NA RADITÁXIS

Alguns operadores da central da ráditáxis do Porto quando à mais serviço cometem alguns erros e algumas gafes, o que é normal, pois eu confesso que em algumas situações não faria melhor.

Reclamação dos clientes:
Os clientes queixam-se muitas vezes, de que não são informados do número do táxi que vai fazer o serviço, e que muito nos prejudica, pois se o utente já estiver na rua à espera, o que sucede? Entra no primeiro táxi que lhe aparece, e nós…voltamos novamente para a postura à espera da próxima chamada, que eventualmente, pode demorar horas, eu já tenho alertado estas situações.

Problemas de audição:
Existe uma nova operadora que provavelmente tem problemas de audição, pois sempre que alguém se localiza, seja na postura ou por chamada ao ar, Ela pede sempre para repetir, (número X repete), em cada dez chamadas pede para repetir sete, esta situação provoca naturalmente alguma demora na entrega de serviço, e obviamente faz o cliente desistir do táxi, na minha opinião, claro.

Situação engraçada de madrugada:
Chamada ao hospital Magalhães Lemos, não á carros nas posturas, começam as localizações das viaturas que estão mais perto, até que o operador entrega o serviço a um RT e diz; número X siga à porta de armas. (gargalhada geral)

F.M


48º Aniversário da Cooperativa Raditaxis do Porto

Realizou-se no passado dia 30 de Novembro de 2008, em Gondomar a comemoração do 48º Aniversário da Raditaxis do Porto.
Importante salientar a presença de dezenas de colegas de profissão, respectivos familiares, operadores e representantes de diversas instituições.
O evento decorreu com normalidade num ambiente de festa e boa-disposição. Logo a seguir ao sorteio dos prémios, foi cortado o bolo de aniversário ao som do já habitual “Parabéns a Você”! O núcleo de amigos do Jornal Motoristáxi, felicita a RADITAXIS, por mais um aniversário.


TUDO PODE ACONTECER…

Entraram duas meninas na viatura do Senhor Santos, com destino pré defenido, mas para passar na rua de Faria Guimarães.
De repente:
- Ai! Estou a sofrer muito de urinar
Chegados ao local, uma sai para tratar de algo, outra (em plena rua e mesmo ali ao lado do táxi) aninha-se e… trata das suas necessidades fisiológicas.
Após alguns segundos, bate na janela e…
-Senhor motorista não tem por aí um lenço de papel?
- Não! Mas tenho dodot (lenços húmidos).
O senhor Santos ( homem já com grande experiência de vida) vai à mala buscar o dodot e dirige-se à cliente.
- Ó senhor motorista muito obrigada, mas não olhe!.
- Ó menina já estou farto de ver disso!
E seguiram seu destino.



NOSSA INSEGURANÇA

Na minha modesta opinião, nunca é demais falar sobre a nossa insegurança. Devemos obrigatoriamente, estar atentos não só, ao tipo de pessoas que vamos transportar, mas também a que locais, se necessário não devemos ter qualquer problema em recusar determinados serviços. Mais vale prevenir do que remediar

O mês de Novembro foi farto em assaltos e em faltas de pagamentos de serviços prestados. Dá ideia de que estamos todos resignados, ninguém quer abordar este terrível problema seriamente.

È verdade que as nossas divergências são muitas sobre os sistemas de segurança, mas já é tempo de criar um grupo de trabalho que junte todas as tendências, e estudar de uma vez por todas qual a melhor solução para o nosso sector.


INSTANTÂNEO


Um destes dias, à conversa com um recente e jovem amigo, cujo tema era na verdade os táxis, a dado momento e como não podia deixar de ser, trocava-mos ideias sobre a credibilidade dos motoristas de táxi na opinião pública, que, como é do conhecimento geral continua a ser negativa.
E então que fazer? À que continuar, com as boas atitudes, com o bom profissionalismo, com uma boa forma de estar ao volante e essencialmente com um bom atendimento aos utentes.
E estamos de acordo, quando se diz que este nosso jornal também pode e deve contribuir, para melhorar a imagem perante o público em geral. Temos é que ser criteriosos, e vamos fazer por isso.


O SUPLEMENTO Nº 3

Por cortesia da colega Rosa de Fátima RT265, chegou até nós a história narrada no suplemento nº3 intitulada “A Última Viagem de Táxi”. Após alguma pesquisa na Internet, foi-nos possível apurar o autor deste texto, chama-se Luiz Antônio Rasseli! Aconteceu no final dos anos 80, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais no Brasil, onde ainda reside.

Esta mensagem já deu várias voltas ao mundo, já foi traduzida em vários idiomas e já teve reacções de vários pontos do globo, que podem ser consultadas no site do autor (http://www.rico.com.br/).

O núcleo deste jornal, estabeleceu contacto com o Sr. Luiz Antônio Rasseli ou Don Rico, como também é conhecido. Enviamos uma mensagem de e-mail, onde apresentamos o nosso núcleo de amigos e manifestamos o nosso agradecimento pelo seu testemunho!

“ (...) Como profissionais de táxi ficamos obviamente muito comovidos com o teor da sua narração que é sem dúvida alguma uma grande lição de vida que devemos reter nas nossas mentes para que no nosso dia-a-dia, nos seja mais fácil compreender o vasto alcance da nossa missão enquanto motoristas de táxi! A história que nos conta é importantíssima para todos os motoristas de táxi e seguramente um legado ainda mais importante para os futuros profissionais deste ramo. (...) “

Foi com grande satisfação que recebemos uma resposta de Don Rico, na nossa caixa de e-mail, na qual se revela emocionado com a nossa mensagem, nos agradece o interesse em publicar a sua história e nos fala mais um pouco desta sua experiência.

“ (...) fico também desde já agradecido pela divulgação que pretendem fazer e fico com a certeza no coração de que haverão muitas pessoas que serão tocadas com a ÚLTIMA VIAGEM DE TÁXI (...)”

Classifica aquela noite como um momento sem igual na sua vida e conta-nos que em São Paulo uma Cooperativa de táxis tem distribuído regularmente o arquivo aos seus passageiros. Depois despede-se com “um grande e afectuoso abraço”!

Esperamos ainda a colaboração de Don Rico, na próxima edição de Janeiro de 2009 do “Jornal Motoristáxi”.

Este texto já em 2006 tinha chegado a Portugal, prova disso é que nesse mesmo ano, já um colega nosso a tinha plagiado, limando apenas algumas arestas (tais como locais, data e tempos verbais), de modo a moldar a mensagem á sua própria realidade. O núcleo deste jornal, obteve autorização do verdadeiro autor para divulgar este belíssimo testemunho. O seu a seu dono!

A equipa do “Jornal Motoristáxi”, agradece mais uma vez a Luiz Antônio Rasseli, este magnifico testemunho de vida. Muito obrigado!

Sumário


.Situação na ráditáxis
.48º AnivºCooperativa ráditáxis
.Tudo pode acontecer
. Nossa insegurança
. Instantâneo
.O suplemento nº 3

Ficha
.Responsável; HENRIQUE TEIXEIRA
.Colaborador: CÉSAR SOARES (rt 190)
.motoristáxi@hotmail.com